O que é bom para o Norte é bom para Portugal
Em Janeiro, fecharam as portas dez empresas por dia – revela um estudo da Dun & Bradstreet.
A construção civil foi o sector mais atingido pelas falências, neste primeiro trimestre do ano.
O Porto foi o distrito mais sacrificado, com 28% do total das falências. Se lhe juntarmos Braga (16%) e Aveiro (8%) temos que 60% das empresas que sucumbiram eram da grande área metropolitana nortenha.
A doença de que esta vaga de falências é sintoma, não vai afectar apenas o Norte, ao contrário do que gente de vistas curtas poderá julgar.
As PME que estão a tombar, asfixiadas pelo criminoso fechar da torneira do crédito bancário, são, na sua maioria, empresas exportadoras de bens transaccionáveis, de que tanto precisamos para atenuar o galopante crescimento do défice externo.
Estas falências são um mau sinal, porque nos dizem que o emagrecimento brutal da nossa economia está a ser feito à custa do músculo – e não da gordura.
O definhar da indústria transformadora nortenha anuncia um terrível e longo período de vacas magras para nossa economia e significa que permaneceremos atolados no pântano da crise mesmo depois dos ventos da retoma soprarem nos nossos parceiros da UE.
Nunca fez tanto sentido como hoje, a frase que Jorge Braga de Macedo gostava de repetir sempre que, enquanto ministro das Finanças, atravessava o Mondego: O que é bom para o Norte é bom para Portugal.
Jorge Fiel