Rui Rio e o QREN
A comunicação social anda um bocado distraída, mesmo a que é editada a partir do Norte. Parece que as divergências e antagonismos com determinadas figuras acabam por toldar o raciocínio e desvirtuar o papel de jornalismo. Ora vejamos uma denúncia feita já há dias por Rui Rio, enquanto presidente da Junta Metropolitana do Porto, e em que tem toda a razão:
Rui Rio apontou a resolução do Conselho de Ministros nº86/2007, que no ponto sete prevê que verbas destinadas ao Programa Operacional do Norte possam ser utilizadas por Lisboa se forem aplicadas em projectos "considerados muito relevantes para o desenvolvimento das regiões objectivo 'Convergência' do Continente".
"Um projecto sedeado em Lisboa, que se insira no Objectivo I [regiões elegíveis e de apoio transitório], pode acabar por ser financiado pelo PO/Norte, porque é considerado de elevadíssimo interesse nacional", explicou Rui Rio.
"A região de Lisboa, apesar de estar fora deste Objectivo I, pode aproveitar-se através do que está em texto na lei", acrescentou.
A JMP, que pretendeu dar a "perceber o perigo que aqui está plasmado em lei", considerou que "esta legislação demonstra que Portugal continua centralizado".
Exemplo adiantado por Rui Rio: "se a região Norte pretender construir um pavilhão de ciência e conhecimento, este será sempre tido como uma infra-estrutura de interesse local, mas o mesmo pavilhão em Lisboa pode ser considerado de elevado interesse nacional".
Ora aqui está como se pode desviar verbas a que, em princípio, não se tem direito. Afinal, é só ter a faca e o queijo e não ter pejo ou vergonha.