Muita e boa gente está convencida, por deficiente interpretação das estatísticas do INE, que Lisboa é a região do país que contribui com a fatia de leão para a riqueza nacional.
É mentira!, digo eu, citando a expressão que está sempre na boca do meu colega e amigo Manuel Queiroz, desde que se levanta até que se deita.
Às vezes, os números são como as pessoas – e mentem.
Lisboa não produz um único kWh de electricidade.
Lisboa não fabrica um quilo de cimento.
Lisboa não transforma pasta em papel.
Lisboa não refina um litro de gasolina.
Mas Lisboa contabiliza como sua a riqueza produzida em todoo país (e nalgumas partes do Mundo) pela EDP, Cimpor, Portucel e Galp, porque é na capital que essas grandes companhias têm a sede e pagam os impostos.
Em primeiro lugar, deixe-me dar-lhes os parabéns pelo «nick» imaginativo que arranjou.
Em segundo lugar, deixe-me dar-lhe um conselho. Não ceda à preguiça. Se quiser argumentar, o melhor é mesmo pesquisar a informação.
Antecipo-lhe também que, neste particular, seria um esforço debalde, pois apenas confirmaria o que eu escrevi. Mas pelo menos ficava convencido.
Falando de energia eléctrica, vivi seis anos em Lisboa, cidade de que me orgulho de conhecer razoavelmente bem, e não me lembro de nunca ter tropeçado numa barragem, numa central de ciclo combinado, num parque eólico - ou sequer numa central nuclear :-).
Se calhar o meu preclaro amigo está a referir-se a algumas casas lisboetas que terão painéis solares para aquecer a água do banho...