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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

APOLOGIA DO DESVIO PADRÃO

Para melhor entendimento desta minha intervenção dominical, tenho que esclarecer os que fazem o favor de acompanhar este Blog que sou caçador.

Desde muito pequeno que tive o privilégio de passar parte da minha vida e dos meus momentos de lazer num ambiente rural, em íntimo contacto com a natureza. Aprendi cedo a distinguir a passarada ,  a cuidar dos ninhos afugentando os predadores principais, limpando os bebedouros e percebendo que para a protecção e equilíbrio dos ecossistemas é preciso mais do que tudo envolver os donos da terra e todos os que, como os caçadores, gostam verdadeiramente da natureza.

Pode parecer um paradoxo mas com excepção de alguns “artilheiros” formados na nossa guerra colonial, os caçadores que conheço seguem quase consuetudinariamente um determinado código de conduta e são verdadeiros amantes da natureza e da vida animal.

Isto tudo para dizer que, depois de quase se ter acabado com a caça em Portugal a seguir ao 25 de Abril, percebeu-se o rendimento que lhe poderia estar subjacente e seguindo caminhos já trilhados por outros parceiros europeus (a vizinha Espanha, por exemplo) compreendeu-se a importância que para os equilíbrios ambientais, para a não desertificação das zonas rurais, mas também para a indústria do Turismo, representa um bom planeamento cinegético e o respectivo enquadramento legislativo.

Este Governo na sua cruzada de encontrar vestígios de comportamentos profanos, resolveu apresentar novo enquadramento legal para o exercício da caça.

Como o cidadão exemplar proposto por este Governo não bebe, não fuma, come apenas os alimentos necessários, de origem biológica e previamente conservados em vácuo, faz jogging no inicio (bem no inicio) da manhã, veste fatos Armani (ou o equivalente na Feira local para quem tem menos recursos) e, de preferência, vive em Lisboa, há que legislar para “padronizar” este protótipo de português que certamente acabará com a crise profunda em que vivemos.

A última referente à lei da caça foi a da proibição de ingestão de bebidas alcoólicas, não a quem esteja a caçar, também não a quem conduza no final do exercício venatório, mas, pasme-se, a quem venha a dormir ao lado do condutor, depois de uma boa jornada de caça e do confronto festivo e gastronómico com que habitualmente termina.

O argumento é que o dito dorminhoco está perto da sua arma de caça que desmontada, impotente e adormecida na sua competente caixa viaja, apesar de tudo, perigosamente, na mala do carro.

 Então porque não, meu caro e inabalável censor, proibir pura e simplesmente a ingestão de bebidas alcoólicas aos caçadores. Mesmo em suas casas, porque também aí, estarão perigosamente próximos das suas armas.

Hoje festeja-se o dia da Mãe.

 A todas as Mães que apesar de amarem igualmente os seus filhos percebem bem as suas diferenças e os desvios que cada um manifesta em relação ao mesmo cruzamento de material genético, a todas essas saudáveis Mães, promotoras naturais da diversidade, as minhas carinhosas felicitações.

 

António de Souza-Cardoso

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