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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

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A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Darwin e o Vale do Ave

Às vezes os números não são tão frios como aparentam.  É o caso dos 6,8% de crescimento das nossas exportações têxteis, registado entre Fevereiro de 2007 e de 2008.

Estes 6,8% são uma estatística que nos aquece a alma e é a prova dos nove das capacidades únicas de regeneração do tecido empresarial nortenho, vilipendiado pelos panditas lisboetas do costume habituados a falar com a boca cheia pela lenga lenga dos Ferraris e do trabalho infantil -  para apoucar quem evitou que o pais abrisse falência no rescaldo da Revolução de Abril.

Pela primeira vez , após dolorosos anos de crise, as vendas ao exterior da indústria têxtil e de vestuário cresceram a um ritmo superior às importações, que no mesmo período acusaram uma quebra de 5,3%.

Estas estatísticas do INE mostram o Norte no seu melhor, capaz de se adaptar à globalização, à abertura dos mercados mundiais aos produtos chineses e à desaceleração económica nos principais mercados de exportação do sector.

A 1 de Janeiro de 2005, as portas da União Europeia e dos Estados Unidos ficaram escancaradas à entrada das roupas baratas “made in China” , que já era o maior exportador mundial de vestuário, baseando a sua feroz competitividade num tripé: custos (baixos), eficiência (enorme) e dimensão (gigantesca).

O desarmamento das barreiras alfandegárias ao livre comércio deixou o coalhado de nuvens negras o horizonte de uma indústria que, no seu essencial, baseara a competitividade num fundamento primitivo (o baixo custo da mão de obra).

No Vale do Ave, onde bate o coração da indústria têxtil, temia-se o pior. Mas o cenário desolador, marcado pelas falências e de uma perda recorde de emprego líquido (apenas superado pela registado na construção civil, que foi socialmente atenuado pela emigração para Espanha), foi sendo pintados com cores mais alegres por dezenas de exemplos luminosos de empresas que souberam reestruturar-se, adequando-se a este mundo em fervilhante mudança.   

A têxtil deu uma prova de vida ao país, explicando aos mais distraídos que eram exageradas as notícias que a davam como moribunda. Soube mudar o perfil, tornar-se competitiva na nova e difícil conjuntura, internacionalizar-se e diversificar os seus mercados. Demonstrou que Darwin estava carregadinho de razão quando há uns anos atrás nos avisou que apenas sobreviveriam os mais capazes.

Quando a crise eclodiu na Cintura Industrial de Lisboa e na Península de Setúbal, o bombeiro teve de ser o Governo a usar o nosso dinheiro para comprar a Autoeuropa e apagar esse fogo.

Quando a crise incendiou o Vale do Ave, os empresários e operários da têxtil não ficaram sentados à espera da ajuda governamental, porque sabiam que morreriam queimados se o fizessem. Encarregaram-se eles próprios de extinguir as chamas.

É esta a diferença entre o Norte e o Sul.

Jorge Fiel

www.lavandaria.blogs.sapo.pt

Esta crónica foi publicada no DN

 

3 comentários

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    aNNóNNimo 30.05.2008

    EXCLUSÂO DA LIGA DOS MILHÕES ATÉ TRÊS ANOS!!!


    A SAD portista está alertada para o pior cenário desde a reunião do Comité Executivo da UEFA em Moscovo, nos dias que precederam a final da Liga dos Campeões, na semana passada. Na altura, Michel Platini, o presidente da UEFA, garantia à imprensa que o caso do FC Porto não tinha sido analisado. Mas, ao que o DN sport apurou, o administrador da SAD Fernando Gomes, que se deslocou à capital russa para assistir ao Manchester-Chelsea, saiu muito preocupado das conversas que manteve com altos responsáveis do organismo do futebol europeu, percebendo logo na altura que a exclusão portista das provas europeias era o cenário em cima da mesa.

    De resto, ontem o FC Porto não foi apenas notificado pela UEFA da abertura de um processo disciplinar, conforme a SAD portista emitiu em comunicado no sítio oficial ao início da tarde. Mais do que isso, ao que o DN sport apurou, os tricampeões nacionais receberam do Órgão de Controlo de Disciplina do organismo máximo do futebol europeu uma nota de culpa.

    Isto é, a UEFA, depois de analisar o processo "Apito Final" que lhe foi enviado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), está fortemente inclinada a excluir o FC Porto das competições europeias e disso mesmo deu conta à SAD portista, dando-lhe até à próxima terça-feira para apresentar a sua defesa. No dia seguinte, a 4 de Junho, a UEFA anunciará uma decisão, que, sabe-se nesta altura, mesmo entre os altos comandos portistas, dificilmente deixará de ser o afastamento do FC Porto da prova milionária.

    Caldeira em xeque

    Ponto crucial nesta decisão da UEFA terá sido o facto de o FC Porto não ter recorrido da decisão da Comissão Disciplinar da Liga em punir o clube por tentativa de corrupção, retirando-lhe seis pontos. Ao que o DN sport sabe, vingou no seio do organismo europeu a tese da aceitação da punição como uma confissão de culpa. Um "erro" estratégico que está a causar grande mal estar interno na SAD portista, com a figura de Adelino Caldeira, o administrador responsável pela área jurídica, em xeque. Uma fonte contactada pelo DN sport afirmava ontem que "se o FC Porto for punido esse senhor não deveria ficar nem mais um minuto na SAD".

    Entretanto, a defesa do FC Porto junto da UEFA vai basear-se na não retroactivdade da lei que a UEFA criou em Abril de 2007 para estes casos, depois do calciocaos em Itália. Os portistas argumentam não poderem ser punidos por uma lei de 2007 sobre factos que ocorreram na época de 2003/2004. Ainda assim, se a decisão de dia 4 for a esperada exclusão portista, o FC Porto pode ainda recorrer para o Júri de Apelo e, posteriormente, para o Tribunal Arbitral de Desporto.

    Mal-estar com a Federação

    Entre os responsáveis portistas está formada a convicção que a pressão do Benfica junto da FPF está na base desta acção da UEFA. E que terá sido a pedido dos encarnados que a federação enviou para o Órgão de Controlo de Disciplina europeu as certidões relativas à condenação do FC Porto no processo "Apito Final", documentação decisiva para esta nota de culpa. "Isto resulta de uma participação à UEFA, isso é evidente", comenta fonte portista.

    Ao DN sport, fonte da FPF negou influência do Benfica e adiantou que foi a própria UEFA a pedir informação detalhada sobre as decisões da Comissão Disciplinar da Liga, que resultaram na condenação do FC Porto à perda de seis pontos, e que foram anunciadas a 9 de Maio. A FPF, poucos dias depois, enviou as certidões dos dois processos já transitados em julgado: ou seja, os do FC Porto, já que o clube não recorreu das decisões. Apesar dos Apitos, a Federação "nunca equacionou excluir" o FC Porto da lista dos clubes licenciados para as provas europeias, a qual vai ser enviada para a UEFA na próxima segunda-feira. |
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    pinto_vermelho 31.05.2008

    Adensa-se a negritude do céu sobre o reino droganado da lagartixa de Komoro.

    ......
    Vejam,

    www.bolanatola.blogspot.com


    O pápa em perigranção e silencio do EMPLASTRO
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