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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

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A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

"Limita-te a Sorrir e a Acenar"!

O Agosto abriu com a estonteante apresentação dos Jogos Olímpicos em Pequim.

A magnífica “obra de arte” montada pelos Chineses para um deslumbrante espectáculo televisivo emitido à escala planetária, foi uma aposta da poderosa China para mostrar ao Mundo aquilo de que (já) é capaz.

O espectáculo mostrou ainda o potencial deste povo. O porquê da tão rápida afirmação da China nos mercados mundiais.

 Com uma organização social e política autoritária, quase marcial, e um sistema educativo avançado com extensões especializadas nas melhores escolas de todo o mundo, os chineses aproveitam a docilidade e subserviência do seu carácter, o espírito de sacrifico e de trabalho que lhe é transmitido pela Família e pela religião, para constituírem hoje um “exército” disciplinado e de grande competência técnica e tecnológica capaz de vencer a última Grande Guerra Mundial da contemporaneidade – aquela em que o domínio dos povos se não fará pela força das armas.

Com uma internacionalização de pessoas, inicialmente assente na rede de lavandarias e restauração e, mais tarde, alargada a todas as áreas do comércio de baixo preço, os chineses estão agora na linha da frente da sofisticação tecnologia – desde o automóvel às telecomunicações, desde a energia à aeronáutica. E instalam-se com a rapidez de um formigueiro e a força de uma tenaz nos novos Países em expansão como é, por exemplo, o caso de Angola.

Para além de ainda estarem, julgo que premeditadamente, atrasados nos chamados factores dinâmicos de competitividade, como o design, o marketing avançado ou o domínio de redes sofisticadas de distribuição, os chineses têm mesmo como único “handicap” a falta de vocação para o domínio da língua e a consequente aculturação ou miscenização com outros povos. No fundo, o muito pouco que falta aos chineses, é aquilo que em Portugal existe com generosa abundância. Talvez esteja aí o segredo do recente e estrondoso sucesso de Macau, mas isso são outras núpcias.

Foi por causa deste “handicap” que nestes jogos olímpicos, foram investidos milhões para os chineses aprenderem inglês. Não que não o tenham na escola, desde muito cedo. Mas apesar de disciplinadamente conhecerem as regras gramaticais, a sua aversão a exporem-se ao ridículo (perder a face), e a diferença dos chamados músculos orais do mandarim para o inglês, fazem com que o domínio das língua para os Chineses seja mais difícil de construir que a Muralha da China.

O método adoptado para o ensino de Inglês nos Jogos Olímpicos foi o chamado “crazy english”, onde para vencerem a timidez os chineses são estimulados a falar inglês …. aos berros!

Mesmo assim o método só resultou para uma pequena parte dos milhares de voluntários dedicados ao “wellcome” dos participantes nestes Jogos Olímpicos.

 

Por isso não admira que, à última hora, o investimento tenha passado do ensino da língua, para a recomendação da mais extrema e delicada simpatia.

Tal como no Filme “Madagascar”, a palavra-chave, dada pelo disciplinado Chefe dos Pinguins foi também adoptada pelos chineses: Limita-te a Sorrir e a Acenar!

A ver vamos se daqui a 20 anos os cerca de 5.000 chineses baptizados com o nome “Olimpíadas” não terão encontrado forma de vencer a língua e ganhar o mundo.

 

António de Souza-Cardoso

 

PS: Desde Outubro do ano passado, disciplinarmente (como os Chineses), escrevi um post no Bússola todos os domingos. Só porque foi esse o meu compromisso e eu gosto de os cumprir. A semana passada não consegui, pela primeira vez, editar o post que tinha preparado. Porque estava em Venade, uma aldeia bonita do Alto Minho, a 90 Km do Porto, onde vejam só, não chega a Internett. Não há “Magalhães” que nos valha…

 

 

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