Rotunda seria uma réplica da parisiense Etoile
O pai da avenida da Boavista é Gustavo Adolfo Gonçalves de Sousa, um engenheiro da Câmara e veterano do Cerco do Porto, onde serviu como alferes no batalhão comandado por Vitorino Damásio, o fundador da Associação Industrial Portuense.
Homem de ideias modernas e desempoeiradas, Gustavo de Sousa tinha dirigido as obras de construção do Palácio da Bolsa, empreendimento de envergadura, financiado até ao último tostão pelos homens de negócios reunidos na Associação Comercial do Porto.
Contratado para engenheiro da Câmara, definiu dois grandes projectos baseados na abertura da Rotunda da Boavista, uma praça ampla e arejada, com
O engenheiro imaginou a Rotunda da Boavista como um coração, ligado à Quinta da Prelada por um imenso parque verde e de onde partiriam quatro artérias, das quais a aorta seria a avenida que ligaria a cidade à Foz, que em meados do século XIX era ainda uma humilde povoação piscatória dos arredores. Falhou a primeira concretizou a segunda.
A transferência, no final do século XIX, da Feira de S. Miguel para a Rotunda da Boavista, assegurou a rápida animação desta ampla praça, ao atrair a visita dos lavradores dos arredores que a ela acorriam em busca de alfaias agrícolas, cangas, jugos, tamancos, louças, chapéus de palha, varapaus ou, tão só, do afamado doce da Teixeira.
Também ajudou à festa a construção, em 1889, no local onde está agora o Tabernáculo Baptista, da praça de touros chamada Real Coliseu Portuense.
(continua)
Jorge Fiel