Com os pés no Porto e a cabeça em Lisboa
A CDU acusa-o de lhe ter copiado o slogan, que tudo leva a crer se inspira, presumo que involuntariamente, no lugar em que o FC Porto teima em terminar cronicamente o campeonato nacional de futebol.
Suponho que a escolha do slogan se filia na única grande crítica que o número dois do PSD tem a fazer à candidatura de Elisa Ferreira – que acusa de ter um pé no Porto e outro em Bruxelas.
Sobre esta questão da colocação dos pés, devo dizer que acho mil vezes preferível ter um pé no Porto e outro em Bruxelas, do que ambos os pés no Porto e a cabeça em Lisboa – que é o que acontece com Rio.
Interrogado sobre se, em caso de reeleição, tenciona cumprir o mandato até ao fim, o ainda presidente da Câmara do Porto disse: “A pergunta faz sentido, mas não quero falar disso”.
É óbvio por que é que ele não quer falar disso.
Alguém duvida que, se uma onda laranja varrer o país, Rio não hesitará um segundo antes de trocar o Porto por um ministério?
Alguém duvida que, se vislumbrar uma oportunidade de suceder a Ferreira Leite, Rio não hesitará um segundo antes de trocar o Porto por um gabinete na rua de São Caetano à Lapa?
Com os dois pés no Porto? Deixem-me rir. Rio é como o gato escondido, que deixa o rabo de fora.
Jorge Fiel