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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Nuno Azevedo

A alta qualidade do hardware é incontestada. O londrino Times acaba de incluir a Casa da Música na lista restrita dos cinco edificios mais significativos construídos em todo o Mundo na primeira década deste século.

Conquistar o reconhecimento internacional do software musical e educativo que corre neste estranho edifício riscado pelo holandês Rem Koolhas é a grande aposta de Nuno Azevedo, 45 anos, o administrador delegado da grande marca que o Porto herdou do ano que em que foi Capital Europeia da Cultura.

Quando, em Janeiro de 2006, Nuno tomou conta da Casa da Música, receava-se que a derrapagem no custo das obras do edifício se estendesse à gestão do equipamento cultural. Havia polémica em torno do director artístico, interrogações sobre o papel dos Estado e dos privados, dúvidas sobre a capacidade da instituição em atrair e formar públicos enquanto cumpria a missão, única, de interpretar a música em todas as suas declinações, da clássica ao rock, passando pelo jazz, pop electrónica, contemporânea e um enorme etc.

“Olhando para trás era o cabo dos trabalhos. Mas as coisas têm corrido bem. Há uma dinâmica positiva. A adesão das empresas e do público são dois casos de sucesso”, afirma Nuno, orgulhoso por ter ajudado a criar uma relação quente e afectiva entre pessoas e o edifício ícone.

O modelo de fundação, onde privados e Estado convivem, está a correr tão bem como em Serralves, a cerca de três km de distância na Av. Boavista onde foi inventado e testado pela primeira vez. Em 2005, o ano em que abriu portas, o Estado pagava 90% do Orçamento. O ano passado apenas teve que de cobrir 70%. E Nuno está convencido, até 2012, essa percentagem descerá para uns 60 a 65%.

Os números são optimistas. Em 2009, a Casa recebeu 470 mil visitantes e 1561 eventos musicais, a que assistiram 211 mil espectadores (mais 54% que em 2006). E nunca deu prejuízo.

Ganhas as batalhas da adesão do público e das empresas, a Casa da Música parte à conquista do seu reconhecimento internacional como centro de excelência artística, o grande objectivo para este ano, em que a Áustria é o país tema da programação, que abre hoje com a 1º Sinfonia de Mahler executada pela Orquestra Nacional do Porto, que ao longo de 2010 vai interpretar todas a sinfonias do compositor austríaco.

“Poucas orquestras do Mundo podiam programar a integral de Mahler”, diz Nuno, acrescentando que “a ONP é a melhor sinfónica portuguesa” e este será o ano da sua transformação numa referência a nível internacional, com  uma digressão em que actuará nas melhores e mais famosas salas de espectáculos do Mundo.

O Ano Áustria também chegou ao 7º último piso da Casa da Música, onde fica o restaurante onde almoçamos. Escolhemos o menu austríaco, da responsabilidade do chef Florian, da Wiener Konzert Haus (e que já teve dois restaurantes com estrelas Michelin), com uma intromissão portuguesa – bebemos branco de uma garrafa de Cartuxa que Nuno tinha aberto no almoço da véspera.

Nuno não está arrependido por ter trocado um lugar na administração da holding do maior grupo empresarial português pela Casa da Música. Esta é mais a sua praia. “Gosto mais de construir do que de gerir. O que me entusiasma é virar as coisas ao contrário e encontrar saídas novas”.

O mais velho dos três filhos de Belmiro de Azevedo foi aos 14 anos para Inglaterra, onde acabou o secundário. Antes de ir para a Universidade de Louvaina (Bélgica), onde se licenciou em Ciências Políticas e Relações Internacionais, tirou um ano sabático em que vagabundeou pela Alemanha, trabalhou numa fábrica (parte do primeiro salário de mil marcos foi aplicado na compra de uma estereofonia) e viu actuar ao vivo, em Munique, Joan Baez e Bob Dylan, naquele que é muito capaz de ter sido o concerto da sua vida.

Regressado a Portugal, ainda se demorou um ano por Lisboa, onde foi jornalista no Diário de Lisboa, então dirigido por Mário Mesquita, com quem tinha feito amizade em Louvaine. Ter sido o enviado especial à libertação de Mandela, foi o ponto alto do seu ano como repórter. “Era o único jornalista português na conferência de imprensa que ele deu em casa do Desmond Tutu”, diz, Nuno, que ficou impressionado com a humildade e total ausência de rancor do líder do histórico líder na ANC.

Depois fez o que tinha a fazer. Foi trabalhar para o grupo fundado e dirigido pelo pai, para mais tarde não se culpar por não ter feito a experiência. Mas à medida que os anos passavam, maior era a certeza de que a Sonae não seria o ponto de chegada da sua carreira.

Daqui até ao final do seu segundo mandato quer consolidar a Casa da Música como sinónimo, a nível internacional, de excelência artística. Em 2012, vai fazer uma viagem de carro até ao Rovuma, que durará dois meses e já está a preparar  - ruma ao Cairo e acompanha o Nilo até ao Sudão, estando por desenhar o resto do percurso. Depois se verá. Porque o que o entusiasma não é gerir, mas construir, virar as coisas ao contrário e  encontrar a saídas novas.~

Jorge Fiel

Esta matéria foi hoje publicada no Diário de Notícias

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Restaurante Casa da Música

Av. Boavista 604- 610, Porto

2 Menu Áustria … 24,00

Creme de manjericão

Porco assado com couve branca e knodel

Vinho branco

Topfentorte

2 cafés

Total…. 24,00

3 comentários

  • Imagem de perfil

    naosoudeca 19.01.2010

    Para além de bimbo és filho da puta,mentiroso e pior, invejoso! O Ruben não vem por cinco milhões, vem por três milhões!Três milhões!Imagina quantas gajas iguais á tua mãe se comprava com três milhões! Depois oh cabrão,não te esqueças que o Bollati foi embora por dois milhões!Portanto desembolsamos um milhão pelo Ruben ! Um milhão!Imagina quantos cornos como o teu pai eu fazia se tivesse um milhão! Depois o Ruben disse que teve propostas dos três grandes mas preferiu o PORTO!Deve ser burro!
  • Sem imagem de perfil

    bimbo 20.01.2010

    naosoudeca, não te dou uma queca, sua desvairada, tresloucada, não me chames irmão que eu não pertenço à ralé da tua familia. Tens a linguagem de uma gaja da pior qualidade.

    As primeiras notícias que vieram a público falavam em 5 milhões que correspondiam ao montante que o presidente do CDN pedia.

    Agora o presidente da coisa mais corrupta deste mundo e do outro (FCP), diz que são 3 milhões. Mas que credibilidade tem essa sinistra figura para que se possa acreditar no que ele diz?

    Ainda há dias dizia que a sua equipa tinha sido bem pensada e tão bem "construida" que não precisava de reforços.

    Que o treinador não lhe tinha pedido nenhum jogador.

    Que não havia petróleo no Porto, etc.

    Poucos dias depois dá o dito por não dito e desmente-se a si próprio.

    O Bimbo do teu presidente gosta de vos comer à mão, dizendo que compra mais barato que os outros, e vocês enfiam o barrete.

    Quando teve que mandar embora o barrete que enfiara chamado Del Nery: disse-vos que não lhe pagava indemnização alguma pois dentro dos primeiros 3 meses de contrato, segundo a lei portuguesa, era considerado à experiencia. Vocês mais uma vez foram na conversa. Tempos depois lá veio a condenação da UEFA: 800 mil euros. Para ganharem experiencia.

    naosoudeca não te dou uma queca, o que é que tem a ver o que vão desembolsar com aquilo que o RM custou?

    Por receberem 2 milhões (?) por Bollati o Rúben Micael já não custa 3 milhões?

    Sua mejera desmiolada vê se não pões a tua estupidez assim a descoberto.

    Ah, e sobre cornos: procura lá em casa pois estás certamente no meio deles.

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