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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Acácio Oliveira

Nasceu em Aveiro, acabou a primária em Pretória, debutou, aos 16 anos, como servente de pedreiro em Tours. Aos 25 anos já tinha feito dois filhos e uma construtora com o seu nome. Breve resumo da vida de um português que, após 30 anos emigrado, regressou à terra como empresário

 

A montanha russa da vida

de um português no mundo

 

Idade: 52 anos

O que faz:  Sócio gerente Decorplus

Formação: Ensino básico, completado na África do Sul 

Família:  Casado, tem três filhos, o mais velho tem 30 anos e trabalha na Holanda,  a do meio tem 27 anos e está na Irlanda do Norte (mas em Dezembro está de volta a Portugal), e o mais novo tem dez anos e é filho do segundo casamento

Casa:  Moradia em Esgueira, Aveiro

Carro:  BMW X5

Telemóvel:  iPhone 4

Portátil: Mac Pro

Hóbis: É caçador (um gosto trazido de França) e andar de moto -  tem uma Kawazaki Ninja 900 e sempre que pode vai às concentrações de motards

Férias: Como tem de ir muitas vezes em trabalho ao Algarve, evita ir lá nas férias. Para este ano não tem planos, mas gosta de fazer fins-de-semana um pouco por todo o pais, do Alentejo a Trás-os-Montes

Regra de ouro: “O rumo da minha vida é traçado no sentido do bem estar de todos os que trabalham comigo e de que não falte nada em minha casa”

 

Nascido em 58, em Oliveirinha (Aveiro), Acácio tinha oito anos e andava na 2ª classe quando embarcou na montanha da russa da vida ao subir para o avião que o havia de levar a Pretória, onde o pai, que fizera a tropa em Angola, buscava as oportunidades negadas pelo Portugal a preto e branco dos anos 60.

Era tudo diferente, mas ele gostou. Apreciou a disciplina da escola e tornou-se fluente em inglês. E, como é comum nos rapazolas da sua idade, sempre que o deixavam adorava ver o pai a trabalhar, fazendo o reboco e acabamento de casas.

Não chegou a completar seis anos na África do Sul, porque em 72 o pai achou que era melhor partirem para França. Às portas do Outono, deitaram âncora em Tours, onde tinham família que os ajudou nos primeiros preparos.

Era tudo diferente e ele estranhou. Não a língua, que aprendeu com facilidade (diz-se que o sotaque francês mais puro é o de Tours), mas tudo o resto. Para começar o frio, depois a escola. “Não me adaptei à escola. Era tudo à balda”, conta.

Como não dava na escola, não demorou a procurar emprego para juntar ao salário que o pai trazia para casa da siderurgia em que trabalhava. Aos 16 anos, debuta como servente, no bâtiment, mas oito meses volvidos já estava a ser promovido a pedreiro de 1ª. “Subi rápido, porque gostava de saber e aprendia depressa”, explica.

Ainda não tinha 19 anos completos e já levava para casa um salário maior que o pai, a chefiar uma equipa que levantava vivendas para uma empresa de um compatriota.

Casou com uma portuguesa de Lamego e revelou logo, com tenros 21 anos, o seu espírito empreendedor ao aceitar o desafio de um mecânico franco-checo para ambos tomarem conta de uma construtora que era do seu sogro..

Durante quatro anos geriu com sucesso a empresa do sogro do checo, enquanto construía aos fins de semana, a sua primeira casa, até que decidiu estabelecer-se, como resposta à interrogação: “Por que é que ando a fazer coisas para os outros em vez de trabalhar para mim?”

As Construções Acácio Oliveira progrediram de vento em popa (“Fazíamos cerca de 40 vivendas por ano. Cheguei a ter mais de cem empregados”, recorda) até que em 1986 foram abaladas pela falência do promotor imobiliário para quem trabalhava.

“Foi muito mau. Ficamos com muito dinheiro a arder. Felizmente que na altura os bancos ainda acreditavam nas pessoas e o Credit Agricole emprestou-nos o dinheiro para aguentar o golpe. Aprendi com esta contrariedade. Decidi que não iria trabalhar para mais ninguém. Contratei desenhadores e vendedores e passei a ter um gabinete de projectos”, conta.

Com esta nova estratégia reiniciou um novo ciclo de prosperidade que durou até que, em meados dos anos 90, levou um segundo soco no estômago, com a falência da clínica para feito a obra dispendiosa de recuperação de um castelo. Temendo que não houvesse duas sem três, decidiu deslocar para Portugal o centro da sua actividade.

Como não queria fazer mais construção, após se ter metido num negócio de aluguer de máquinas, optou pelos interiores, criando a Decorplus, uma empresa de design, com base em Aveiro, que factura três milhões de euros a fazer remodelações de lojas e estabelecimentos (pastelarias, cafés, restaurantes, hotéis, agências bancárias…) por todo o país. E às 450 casas que fez na região de Tours, Acácio já juntou 350 lojas em Portugal, que levam as impressões digitais.

Jorge Fiel

Esta matéria foi hoje publicada no Diário de Notícias

 

4 comentários

  • Sem imagem de perfil

    taliban 23.03.2011

    Pode ser que apanhes uma boa lição e uma abada dentro do campo nas próximas deslocações ao Estádio do Benfica.

    E pode acontecer até que deixes lá o coiro numa dessas viagens à civilização.

    Criminosos como vocês não merecem piedade.

  • Sem imagem de perfil

    Por um mundo livre de talibans 23.03.2011

    Nisso tenho que estar de acordo contigo, magrebino cobardolas, quem for ao galinheiro está sujeito a ser agredido, ver o carro e até o autocarro queimado, e até mesmo assassinado.
    Os encornados do 5LB e principalmente a mouralhada, de homem para homem são uns cobardolas, basta bater-lhes os pés que fogem logo. Agora em matilha são perigosos, principalmente se estiverem em larga maioria, tipo 50 para 1.
  • Sem imagem de perfil

    taliban 23.03.2011

    Conhecemos bem os cobardolas organizados em matilhas, que fazem emboscadas aos Bexigas indefesos. Conhecemos bem esses talibans da Al-Qaeda chamada FCP.
    Um exemplo da vossa «valentia» passou-se na Avenida dos Alienados, no penultimo campeonato ganho pelo SLB no Norte: meia dúzia de benfiquistas ali ordeiramente, e eis que um bando de patifes da organização de malfeitores do FCP armados de paus avança sobre eles.
    Os exemplos são tantos, que só uma pessoa patética chama cobardolas aos outros.
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