O horror da Corrupção
Ainda a mexer um pouco mais na dita... "Corrupção". O que eu espero de um filme é que as personagens tenham conteúdo. Neste "filme" só a Sofia e o Luís (o inspector da PJ) é que têm nome pr´prio. Os outros não - é uma opção possível do realizador.O problema é que a Sofia não tem passado nem futuro, o Presidente idem, o secretário também, a procuradora aspas, aspas e o mesmo do inspector. Existem mas não têm vida, não têm nenhuma modulação, não têm conteúdo, não se desenvolvem - são uma linha plana e única. A Sofia/Carolina sai relativamente bem, se é que alguém sai bem daquilo, porque até parece que tem corpo (e não tem). Basicamente não há trama, o enredo é paupérrimo - ao nível do que já se sabia. O futebol não existe, não aparece um jogador - o que se tomaria por uma opção para que a "coisa" fosse sobre o país. Mas acaba por não ser nada. A única coisa que pode ligar o espectador ao filme é ligar a personagem ao seu referente real, mas isso implica que o filme seja apenas de militância e não tenha nada a ver com arte. Não é possível dizer-se que se passou uma hora e meia bem passada a ver aquilo. É capaz de vir a ser um êxito de bilheteira, como o livro foi de vendas, porque o sistema mediático o permite. E porque, como no caso do livro, o conhecido Barbas é capaz de fazer uma promoção - quem for ao restaurante leva um bilhete de borla. Mas quem lá for vai chorar o dinheiro, digo-vos eu, que já chorei o meu.