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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Joe Berardo: a figura de quem se fala

Joe Berardo: um novo "todo poderoso"

 

 

 

Joe Berardo. É este o nome do homem que nos últimos tempos tem andado no centro de muitas atenções e "saltado" de telejornal em telejornal de capa de jornal em capa de jornal. 

 

Ainda há pouco tempo era uma figura desconhecida da esmagadora maioria dos portugueses.

 

Entrou nas nossas casas por vários motivos. Por causa da sua grande colecção de arte contemporânea, e da polémica instalação no Centro Cultural de Belém, porque disse mal da actual gestão do "seu" Benfica e do "capitão" Rui Costa, a quem chamou "velho", e porque se envolveu afincadamente na "guerra" do BCP .

 

Berardo, que não conheço - confesso que gostava - é um lutador e um ganhador. Sobre isso não tenho dúvidas absolutamente nenhumas. Tem um sotaque esquisito - chega a haver dificuldade em perceber o que quer dizer - veste-se sempre de negro, nunca lhe vi uma gravata - facto que igualmente aprecio - não tem papas na língua e tem de ser muito perspicaz , caso contrário não teria a fortuna que acumulou e continua a engrandecer.

 

Como se vê acho-o mesmo um dos portugueses de sucesso.

 

Não gostei, porque não me parece fazer o seu género, do "desabafo" que teve no último Prós e Contras.

 

Quando parecia não ter mais argumentos para dirimir a oferta que o BPI fez para a fusão com o BCP , o que até não lhe é normal, disse que Fernando Ulrich lá por ser dum "banco do Norte" se achava que podia fazer tudo.

 

Pareceu-me mal. Muito mal.

 

Ulrich até é de Lisboa. Fez a vida, digo infância, escola e universidade em Lisboa, e só muito mais tarde é que veio para o Porto de onde gere um banco de sucesso que teve como fundador  um dos homens do Norte mais empreendedor e culto, Artur Santos Silva.

 

O que é que preocupa Berardo? Será o facto do BPI ,que supostamente seria "engolido" pela OPA do BCP , passar a comprador?

Será mesmo o complexo do Norte?

Não percebo!

Se o BPI tivesse tranferido a sua sede para Lisboa, como fizeram muitas empresas para estarem perto do poder, a coisa mudava de figura e o negócio já era bom?

Se calhar!....

 

 

 

 

O Porto em Baixa

A constituição da SRU para a Baixa do Porto foi um dos eixos da candidatura e da recandidatura de Rui Rio à Câmara. Alguma coisa se tem feito e parece-me positivo, embora me pareça que haja pouca gente com as ideias claras. A Baixa do Porto nunca voltará a ser a Baixa de antigamente, como alguns pretendem, pode é voltar a ser um dos centros do Porto.

Mas a SRU tem muitos defeitos. Os proprietários de alguns prédios degradados andam a receber intimações da Sociedade de Reabilitação Urbana para assinarem um contrato de requalificação dos prédios, impondo prazos absolutamente ridículos e impraticáveis, normalmente, 90 dias, para resolver problemas de anos e anos.

mais ainda: aos particulares são impostas estas coisas, praticamente sem nenhum benefício ou condições especiais para que os prédios possam ser realmente reabilitados. Acresce ainda que o que se impõe aos privados não se impõe aos outros, nomeadamente aos públicos. Aqui há umas semanas, um fundo pretendia comprar uma série de nprédios na zona de intervenção. A maioria dos proprietários queria aceitar a proposta, até por não ter dinheiro para recuperar os prédios e, repito, a SRU não ajuda nada ou ajuda pouco (e quer impor muito). Mas o Fundo não pôde avançar, porque uma instituição pública disse que não, que não vendia o seu prédio.

Quem se lixa...

 

Manuel Queiroz

 

 

O erro fatal do voo TP 653

 

No dia 6 de Agosto, o comandante do voo TP 653 tomou uma decisão cujos danos para TAP ainda não são totalmente conhecidos, mas que espero sejam muito elevados.

 

Como partiu de Amesterdão com duas horas de atraso, o comandante achou por bem agir como um pirata do ar fardado e desviou do Porto para Lisboa o destino do voo TP 653, argumentando que assim evitaria à companhia o prejuízo da anulação de um voo Lisboa-Paris.

 

Como contribuinte, acho preocupante que a estatal TAP se tenha dado ao luxo de fazer ao GES o jeito de lhe comprar, por 140 milhões de euros, a Portugália, que não fosse nacionalizada teria de fechar as portas.

 

Como cidadão, acho ultrajante a cultura de falta de respeito pelos passageiros que leva um comandante da TAP a mudar uma rota para poupar uns cobres à companhia.

 

Como portuense, sinto-me insultado porque sei (sabemos todos), que nem sequer passaria pela cabeça do infeliz comandante desviar, por razões económicas, um voo de Lisboa para o Porto.

 

A suprema infelicidade do comandante residiu no facto da equipa do FC Porto seguir a bordo do TP 653 e de os dirigentes portistas não serem gente para se acanhar quando suspeitam que há motivo para protestos.

 

O voo TP 653, que era suposto aterrar no Sá Carneiro às 16h10, aterrou em Lisboa às 18h30, e os passageiros com destino ao Porto, deficientemente informados e muito justamente mal dispostos, acabaram transferidos para um avião com mais passageiros do que lugares.

 

E como se o caldo ainda não estivesse suficientemente entornado, o comandante caprichou aom mandar prender o chefe da comitiva portista, por este, no seu entender, se ter excedido nos protestos.

 

Este episódio é revelador da falta de respeito da companhia pelos seus clientes, em particular pelos nortenhos. O menosprezo da TAP pelo Porto já é antigo e manifestou-se por anos a fio de desinvestimento, acabando com voos directos a partir do Sá Caneiro para concentrar na Portela (o tal aeroporto que está saturado) o essencial das suas operações.

 

A TAP já começou a pagar por esta sua arrogância centralista. Quando não há voo directo para o seu destino, nove em cada dez homens de negócio do Norte preferem fazer a escala em Frankfurt (os alemães aproveitaram o espaço deixado livre pela TAP para aumentarem as suas ligações diárias ao Porto) do que em Lisboa.

 

Penalizada pelos lugares de destaque que alcançou nos rankings internacionais da perda de malas e atrasos, a TAP iniciou uma campanha de lavagem da sua imagem. Da cartola, ainda só conseguiu tirar dois coelhos, ambos anémicos.

 

Anunciou com foros de notícia de primeira página, a inauguração de ligações directas do Porto a Bruxelas e Roma. Esqueceu-se de acrescentar que estas rotas se destinam a aproveitar os Fokkers que herdou da Portugália.

 

Para se calibrar a importância destas duas novas, basta ver que só a Ryanair vai abrir até ao fim do ano cinco novo voos directos do Porto para Pisa, Estocolmo, Valência, Bristol e Milão.

 

As migalhas dos voos para Bruxelas e Roma não me comovem. Por isso apoio o boicote portista. Voar na TAP, só mesmo quando não tiver alternativa.

Jorge Fiel

 

Rui Rio e o QREN

A comunicação social anda um bocado distraída, mesmo a que é editada a partir do Norte. Parece que as divergências e antagonismos com determinadas figuras acabam por toldar o raciocínio e desvirtuar o papel de jornalismo. Ora vejamos uma denúncia feita já há dias por Rui Rio, enquanto presidente da Junta Metropolitana do Porto, e em que tem toda a razão:

 

Rui Rio apontou a resolução do Conselho de Ministros nº86/2007, que no ponto sete prevê que verbas destinadas ao Programa Operacional do Norte possam ser utilizadas por Lisboa se forem aplicadas em projectos "considerados muito relevantes para o desenvolvimento das regiões objectivo 'Convergência' do Continente".

"Um projecto sedeado em Lisboa, que se insira no Objectivo I [regiões elegíveis e de apoio transitório], pode acabar por ser financiado pelo PO/Norte, porque é considerado de elevadíssimo interesse nacional", explicou Rui Rio.

"A região de Lisboa, apesar de estar fora deste Objectivo I, pode aproveitar-se através do que está em texto na lei", acrescentou.

A JMP, que pretendeu dar a "perceber o perigo que aqui está plasmado em lei", considerou que "esta legislação demonstra que Portugal continua centralizado".

Exemplo adiantado por Rui Rio: "se a região Norte pretender construir um pavilhão de ciência e conhecimento, este será sempre tido como uma infra-estrutura de interesse local, mas o mesmo pavilhão em Lisboa pode ser considerado de elevado interesse nacional".

Ora aqui está como se pode desviar verbas a que, em princípio, não se tem direito. Afinal, é só ter a faca e o queijo e não ter pejo ou vergonha.


O frigorífico de Pedro Sanhudo e os mísseis Seasparrow do sargento da Armada

Carolina Salgado, João Botelho e Margarida Vila Nova, na Adega Kais, em Lisboa, no jantar comemorativo do final da rodagem de «Corrupção». Na altura o filme tinha mais 17 minutos
 

Estávamos em Janeiro de 2005. O jogo com o Trofense era importante demais para ser encarado com ânimo leve. Por isso, o presidente do Lixa telefonou a Pedro Sanhudo logo que soube que ele tinha sido designado para arbitrar esse encontro do campeonato da II Divisão B.

 

Cantou-lhe a canção do bandido. Como o jogo era muito importante para o Lixa, será que ele, Sanhudo, poderia dar um jeitinho? E será que ele estava precisado de alguma coisa?

 

O árbitro embarcou. Disse que sim. Não ele, pessoalmente. Mas a Associação dos Árbitros do Baixo Tâmega, por ele presidida, não tinha frigorífico. O presidente do Lixa declarou o assunto resolvido. Teria todo o gosto em oferecer um frigorífico, com arca!, à associação. Jeito por jeito.

 

Chegou-se a domingo e o Trofense ganhou. O presidente do Lixa liga a Sanhudo, que, com voz comprometida, desdobra-se em explicações. «Como viu, ó presidente, eu não pude fazer nada. A sua equipa não ajudou. O que é que eu podia fazer?». O presidente não deu mostras de ter ficado lixado, Aceitou as explicações. E sossegou o árbitro. Não voltaria com a palavra atrás. A Associação dos Árbitros do Baixo Tâmega ia ter um frigorífico. Oferecido por ele.

 

Este episódio, documentado por escutas telefónicas, é a base de um das centenas de processos do Apito Dourado. Em Março, a procuradora Maria José Morgado deduziu a acusação contra o presidente do Lixa  (um homem de palavra) e Pedro Sanhudo, o árbitro que não podia fazer mais do que o que fez.

 

Vem a história do frigorífico da Associação dos Árbitros do Baixo Tâmega a propósito da corrupção, um tema que tem andado entre as bocas do Mundo e as primeiras páginas dos jornais.

 

Ainda recentemente ficamos a saber que Portugal desceu dois lugares, de 26º para 28º num total de 180 países analisados, no Índice de Percepção da Corrupção, um ranking elaborado pela Transparency Internacional que classifica os países segundo o eventual grau de corrupção do sector público.

 

Não me custa a acreditar no crescimento da corrupção entre funcionários públicos e políticos em Portugal. É o preço que temos de pagar pelo inevitável processo de democratização do poder de decisão que eleva o número de pessoas susceptíveis de serem corrompidas.

 

O que nunca me tinha passado pela cabeça é que esta democratização do poder estivesse avançada ao ponto de um capitão de fragata e um sargento da Amada terem sido formalmente acusados de corrupção passiva por uma empresa que pretendia vender mísseis Seasparrow e Harpoon para as fragatas da classe Vasco da Gama.

 

Nas vésperas das decisões políticas da atribuição de grandes obras (como o novo aeroporto de Lisboa e o TGV), decisivas para grupos económicos poderosos, convinha focarmos a vigilância na transparência destes processos, por forma a que não haja dúvidas de que ninguém usou a sua posição e/ou os recursos públicos em benefício pessoal ou do partido – em vez de dispersarmos a atenção por manobras de diversão e «faits divers» como o do frigorífico da Associação dos Árbitros do Baixo Tãmega.

 

Jorge Fiel

 

PS: Esta crónica foi redigida para o diário económico Oje, onde vai ser publicada e amanhã

 

 

 

O pecado mortal de Júlio Resende foi não ter deitado âncora em Lisboa

  Auto-retrato, 1944, 42 cm x 28 cm

 

 Ouça um bom conselho. Faça a si próprio o favor de se deixar mergulhar na formidável explosão de cores intensas (acentuada pela solene alvura das paredes), que experimentará ao visitar a exposição comemorativa dos 90 anos de mestre Júlio Resende, que está na mais bonita de todas as salas da Alfândega – a que recebeu a Cimeira Ibero-Americana que trouxe Fidel Castro ao Porto.

 

A entrada é de borla, o único preço que terá de pagar por esta imperdível experiência é a subida até ao último andar na severa escadaria de pedra deste edifício tão bem recuperado por Eduardo Souto de Moura. Mas apresse-se, porque domingo dia 4 de Novembro é o último dia. E que tal aproveitar o feriado?

 

Eu já gostava da obra de Júlio Resende, que me foi apresentada pelo meu amigo Germano Silva.  E apesar de não o conhecer pessoalmente ficarei a dever para sempre ao mestre o enorme favor de ter correspondido a um pedido meu para fazer uma capa de uma Revista do Expresso dedicada ao Porto.

 

Sabia que António Oliveira era um dos maiores, senão mesmo o maior, coleccionador de telas de Resende.

 

A minha amiga Augusta Bastos tem um óleo magnífico do mestre, uma pequena jóia que me habituei a admirar com detenção, sempre que a visito.

 

Apesar de instalado numa curva difícil, nunca desperdicei a hipótese de dar um mirada, ainda que de relance, ao painel Ribeira Negra.

 

E, recentemente, tive a oportunidade de olhar, ver, reparar e tocar no painel que Resende fez para a estação de metro do Bolhão.  

 

Em 2001, a Câmara de Matosinhos, por iniciativa do meu amigo Fernando Rocha (o colega bussolista, não o triste contador de pobres anedotas), facultou-me uma visão mais global da sua obra ao promover uma exposição retrospectiva, creio que comissariada por Armando Alves.

 

Mas foi ontem à tarde, na Alfândega, que me apercebi da importância nuclear da obra de Resende e fiquei sem perceber porque é que ele não ocupa o lugar cimeiro que lhe merece no panorama da artes no nosso pais.

 

É impossível não ficar deslumbrado com a maestria de Resende em harmonizar e homogeneizar nas suas telas a variada e rica gama de cores intensas da sua paleta.

 

Tentei perceber porque é que os panditas que ditam as modas na arte em Portugal teimam em injustiçar Resende. Por que é que ele está representado no Museu de Arte Moderna de S Paulo, na Bliblioteca Real Alberto I (Bruxelas) ou no Museu de Helsínquia – e nenhuma tela dele consta do espólio do Museu de Serralves.

 

Só encontrei duas explicações, uma estética e outra de roteiro, para explicar o criminoso desdém que o «mainstream» artístico dedica a um pintor que ao longo da sua longa vida recebeu praticamente todos os prémios que podia receber.

 

Resende terá cometido o pecado estético da permanência no figurativo, que apesar de muitas vezes roçar o abstraccionismo nunca deixa de ser figurativo.

«A minha pintura não deve ser considerada abstracta, pois parto sempre de objectos, de figuras, de formas, para extrair deles valores plásticos», explica o próprio.

 

Resende terá cometido o crime de continuar a viver no Porto - a Itaca onde regressa sempre após as muitas e longas viagens que se reflectem na sua obra – , de não se ter rendido a Lisboa, cidade que não faz parte do um roteiro geográfico onde constam paragens tão variadas como Paris, Alentejo, a floresta alemã, Brasil, Cabo Verde, Itália, Moçambique ou Goa.

 

Vivesse o mestre no Príncipe Real, e não em Gondomar, e a história seria, com certeza, diferente.

 

Tivesse o mestre juntado umas «Mulheres de Alfama» a uma obra vasta onde constam «Família Alentejana», «Vendedeiras de Roma» ou «Mulheres na Ribeira» e a história seria com certeza diferente.

 

O pecado mortal de Resende foi não ter deitado âncora em Lisboa.

 

Jorge Fiel

Pica-miolos - 1

Não queria deixar  passar o dia sem desejar as maiores felicidades "ao nosso presidente", como alguns lhe chamam, uma vez que acaba de se (re)casar com a Ex.ma Sra. Dra. Filomena Morais. Não há amor como o segundo, lá diz o povão e com razão...

Para bem longe da corrupção

Caros Bussolistas, Nortistas e por isso verdadeiramente elitistas !

 

Este post deixo-vos do nosso Aeroporto. O Francisco, claro. Ele fica, mas eu vou e para bem longe.

No próximo dia 31 anuncia-se a estreia dessa obra prima do cinema nacional-sulista auto intitulada Corrupção e nem no Porto ou no Norte é seguro ficar.

 

Mesmo que o que aí vem seja a segunda versão da primeira invenção dos acrescentos feitos à primeira versão, que por sua vez dizem que já era a terceira versão da segunda versão corrigida do não menos versado livro em que talvez ( ou não ...) se inspire...uff....é mais seguro permanecer bem longe.

 

Parto para bem longe de qualquer hipótese de contágio com essa gente sabuja e essas mentes sujas que chamam cinema (e se calhar até obra de arte...) a um documentário nojento sobre as vidas privadas e as intimidades mais sórdidas de várias pessoas.

 

Há pessoas cujas vidas davam um filme e todos conhecemos muitas. E há pessoas cujas vidas só podem dar para ligar ao saneamento e é desse material que um realizador de filmes sustentado pelo erário público entendeu fazer um filme.

 

Tirando o dinheiro que os impostos possam representar à mà fila , de mim esta cáfila não receberá um cêntimo e é esta atitude que eu exorto todos os bussolistas a tomarem.

 

Como é um filme de benfiquistas para benfiquistas,  vou ficar à espera que consiga chegar aos 6 milhões de espectadores!

A história , implacável como o tempo, vai certamente consagrá-lo como um dos momentos de maior mau gosto e uma das maiores porcarias de sempre do cinema nacional.

 

Nunca pensei poder preferir aquela outra obra prima dos nossos cineastas em que o realizador se esqueceu do casaco pendurado na câmara , para nos gastar o dinheiro a fazer um filme que não era a preto e branco...porque era só preto. Lembram-se desse palhaço ?

 

Não? Sim? Em qualquer dos casos fixem bem estes que estão ao mesmo nível !

 

Manuel Serrão

Exército de Salvação Nacional

Batalhão Bússola

Aeroporto Francisco Sá Carneiro

07/10/27

O muro que sabia demais

 

Tenho para mim que o muro mais cínico do Porto habita na rua do Campo Alegre, entre o Circulo Universitário e a Faculdade de Psicologia.

 

Trata-se de um muro que fala pouco, mas que, quando fala, fala bem.

 

Até ser pintado de novo, há coisa de meses, fazia eco de uma reivindicação que tinha tanto de estranha como de justa: «Queremos mentiras novas!»

 

Percebi o muro logo à primeira. Já que vamos continuar a ser enganados por Lisboa, o mínimo que se exige ao Terreiro do Paço é que faça um esforço sério para ser criativo, que seja competente na arte de nos embrulhar – que renove o stock de mentiras, pois com velhas já não consegue enrolar ninguém.

 

O muro do Campo Alegre tem agora em cartaz um novo pedacinho de ouro, porventura ainda mais sábio que o anterior: «Qualidade de vida é Porto-Lisboa em 6 dias» - na primeira versão, rasurada, falava de apenas três.

 

Este elogio da distância surge na altura exacta em que o Governo reafirma que a ligação por TGV de Lisboa a Madrid (agendada para 2013) é prioritária sobre a ligação ao Porto, diferida para 2015.

 

O muro tem toda a razão. Qualidade de vida é estarmos a seis dias de distância de Lisboa – e não apenas a uma escassa hora e meia. Quanto mais perto estiver de nós, mais fácil será à capital continuar a esvaziar-nos os bolsos e a sugar os nossos recursos.

 

Não tenho dúvidas. O muro do Campo Alegre é uma espécie de Oráculo de Delfos. Não é só o muro mais cínico do Porto. É, também, o mais sábio.

 

Jorge Fiel  

 

Corrupção, o filme, a Carolina, o produtor e os ex-amigos dele

O filme Corrupção  vai estrear em breve mas é mais curto do que o previsto (menos 17 minutos), tem música diferente da inicialmente pensada e durante mais tempo, há actores que estão mais em cena e outros nem por isso, houve os que foram à apresentação e os  faltaram e houve até quem dissesse que tinha "adorado".

Quem não apareceu foram o realizador, que afinal não realizou, e a argumentista que argumentou de forma diferente.

Pode dizer-se que o "caldo entornou".

Não percebo porque é os dois indefectíveis benfiquistas João Botelho e Leonor Pinhão ficaram tão zangados com a atitude do produtor Alexandre Valente quando resolveu "intervir na montagem" do filme.

Em sinal de protesto abandonaram o elenco.

Não compreendo.

Se não vejamos.

O filme inspira-se no livro de Carolina Salgado, "Eu Carolina".

Ao que se sabe, e ainda ninguém disse o contrário, o livro teve duas versões e a argumentista do filme deu uma "ajuda" importante na coisa.

Logo. Então é um acto de coerência o filme ter igualmente duas versões.

Não percebo porque tanta indignação.

Se a argumentista meteu uns pozinhos " no livro e achou bem, porque é que ficou amuada com o facto do produtor meter os seus pozinhos " no filme que o próprio paga?

 

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