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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

ISTO EXISTE NO DISTRITO DO PORTO......Senhor Poder Central!

 

 

 

 

 

 

  

A região do Vale do Sousa e Tâmega é apontada pela Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal como a mais pobre país.

 

O estudo verifica nestes concelhos um aumento das situações de pobreza, sobretudo os “novos pobres”, do consumo de álcool e drogas e do endividamento das famílias”.

Permite perceber que “a poupança aparece associada à vivência em meio rural e é um modo de vida muito importante para a população idosa que, não obstante as dificuldades, tende a pensar no futuro da sua garantia em termos de rendimentos”.

“Indivíduos com problemas de saúde e de justiça e com comportamentos aditivos” - alcoolismo referenciado com particular gravidade em Baião, Marco e Penafiel -, são aqueles que se enquadram nas situações de exclusão do mercado de trabalho. Indica ainda que “também é possível delinear um outro conjunto de indivíduos que se recusam [ou estão] desmotivados para a (re)entrada no mercado de trabalho”

 

 

 

 

 

Refere que se trata de pessoas “que cristalizam todas as problemáticas de pobreza e exclusão social, regra geral beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) e um agregado significativo de mulheres (…) com baixa qualificação escolar e profissional, dificuldade de adaptação a novos contextos profissionais, limitações de mobilidade geográfica”, entre outros aspectos.

A realização de biscates, trabalho em casa e trabalho não declarado apresenta uma “incidência transversal em todas as categorias sociais e concelhos, embora com tendência de regressão dada a retracção da actividade industrial”.

A disparidade acentuada entre o ganho médio dos trabalhadores por conta de outrem no resto do País e na região Norte, claramente desfavorável para estes, que chegam a ganhar menos de 350 euros por mês, situação condiciona fortemente o nível de rendimento das famílias e do seu poder de compra, justifica a manutenção de um nível ainda significativo de actividades informais, se bem que em regressão, e corrobora a ideia que o acesso ao emprego, mesmo que estável, não constitui, forçosamente, uma garantia contra as situações de fragilidade face à exclusão social e à pobreza.

 

O número de portugueses que recebe rendimento social de inserção tem vindo a aumentar nos últimos dois anos. Em Janeiro, cerca de 313 875 pessoas beneficiavam do subsídio e em Junho o número já chegava aos 334 865. Um aumento explicado pela recuperação dos requerimentos e também pela crise económica.

 

Mais de um terço dos beneficiários vive no distrito do Porto, a segurança social gasta um milhão de euros por dia em rendimento social de inserção.
 

Temos o exemplo de Baião onde a falta de hábitos de trabalho
 e de competências sociais caracterizam a sua pobreza,concelho onde quase um em cada dez habitantes vive com o Rendimento Social de Inserção (RSI), refere a Lusa.

De acordo com o estudo divulgado pela Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN), que analisou os impactos do emprego/desemprego em oito concelhos da região do Tâmega, em Baião, 9,5 por cento da população beneficia do RSI e o concelho regista um aumento forte no que respeita ao desemprego feminino.

Famílias dependem do subsídio

Em Janeiro deste ano, 79 por cento dos desempregados do concelho eram mulheres. Cristina, de 35 anos e mãe de quatro filhos, é exemplo disso. A viver com os 240 euros do RSI e pouco mais de 300 euros que o marido leva para casa, fruto do seu trabalho irregular na construção civil, negócio predominante do concelho.

«Tenho uma doença que não me permite trabalhar com pó», afirmou, justificando assim o facto de nunca ter tido um emprego.

Cristina afirmou desejar ter um emprego, no entanto, adiantou que «a cabeça anda com consumições» que a impedem de trabalhar, provando as indicações do estudo da REAPN, que refere ser «possível delinear um conjunto de indivíduos que se recusam ou estão desmotivados para a (re)entrada no mercado de trabalho».

Há quem se acomode ao subsídio

Para José Marques, cunhado de Cristina, em Baião até há emprego para os homens, «mas desde que tudo começou a encarecer, há três anos, ficou insuportável» suportar as despesas e o dinheiro no fim do mês não chega.

José emigrou para Luanda e agora consegue arrecadar duas vezes mais do que aquilo que ganhava em Baião, podendo assim ajudar os dois filhos nos estudos.

José Marques criticou a forma como as pessoas vivem dependente do RSI, afirmando que «com esses subsídios a população não faz pela vida». O seu filho, Cristiano, de 18 anos, terminou agora o 11º ano de escolaridade, e afirmou à Lusa querer ser polícia, ingressando na escola em Lisboa.

Em Baião são 102 as familias inscritas no subsídio

Uma técnica da Acção Social da Câmara de Baião adiantou que «o ciclo de pobreza, que é quase geracional, não se consegue romper», porque a população «tem ausência de hábitos de trabalho, de competências sociais e até parentais».

Adelaide é mãe solteira de sete filhos, entregues a famílias de acolhimento, não trabalha e não consegue organizar/limpar a sua pequena casa para que a autarquia possa projectar o seu aumento, para que tenha uma casa-de-banho, no âmbito do Fundo de Solidariedade Social.

A Câmara de Baião conta com 102 agregados familiares inscritos neste fundo, que tem por objectivo contribuir para a erradicação ou atenuação da pobreza e da exclusão social e a promoção do desenvolvimento social do concelho.

Os idosos também são um problema

Acrescentou que os idosos com pensões baixas são outro grande problema em Baião, sendo que muitos vivem ainda «com problemas básicos», como ausência de saneamento, electricidade e água.

Na freguesia de Ovil, Raul, de 76 anos, vive numa casa com a sua mulher e dois filhos, com apenas 350 euros que recebe de pensão.

A sua irmã Maria Arminda, com pouco mais de 50 anos, vive numa pequena casa ao lado da sua que não tem água, nem casa-de-banho, recebendo por mês uma pensão de sobrevivência e o RSI, num total de 181 euros.

O município de Baião localiza-se no limite interior leste do distrito do Porto, sendo constituído por 20 freguesias, num total de cerca de 17.400 quilómetros quadrados.
 
 


 

Pequenos Sinais de Resistência..

George Soros que como se recordam foi Nobel da Economia, veio esta semana afirmar que a crise em que o Mundo mergulhou está ainda no começou e se aguarda por cenários mais recessivos da economia americana, com dinâmicas negativas especialmente na Europa.

A nossa marginalidade num mundo tão crescentemente globalizado, é afinal o principal fundamento da enorme impotência que sentimos em lutar por um futuro mais risonho. De facto hoje, mais do que nunca, o desempenho da nossa pequena loja comercial é rapidamente condicionado por coisas aparentemente tão distantes com o sub-prime ou  a alta imparável do preço do petróleo.

Como dizia recentemente Daniel Bessa , a boa noticia, é que ainda podemos (e devemos) ir trabalhar no dia seguinte.

Para uma ajuda anímica a todos quantos retomam o trabalho amanhã de manhã aqui ficam alguns sinais recentes deste Norte empreendedor que mostra o que vale precisamente nas alturas difíceis:

1.      Uma empresa de Vila do Conde a “Caiaques Nelo”, fundada por Manuel Ramos, o primeiro campeão português de canoagem, fabrica artesanalmente cerca de 3.000 barcos por ano, sendo a principal fornecedora de caiaques para as selecções olímpicas que estarão em Tóquio nas próximas Olimpíadas. A empresa de Mosteiró fornece mais de 70 Países diferentes e espera ganhar com os seus barcos artesanais cerca de 70% das medalhas que estarão em disputa nestes Jogos Olímpicos;

2.      A Mobicom, uma empresa de Braga fundada em 2000 por Carlos Oliveira (que acabara no ano anterior o curso de engenharia Informática), foi comprada apenas oito anos depois pela gigante Microsoft. A empresa de Bill Gates, não hesitou em apostar em Carlos Oliveira que promete criar no Norte de Portugal um Centro de Inovação para a área das comunicações;

3.      O Grupo Lágrimas, da Família Júdice anunciou ter concluído até ao final do ano um Hotel Design no Douro. O Hotel que por ficar a 41 KM do Porto (em Castelo de Paiva) se chamará Douro 41 foi desenhado por Paulo Serôdio fica mesmo com “os pés” mergulhados nesse magnífico rio Douro;

4.      A Efacec, ganhou o contrato da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos no valor de 80 milhões de euros;

5.      O mesmo valor de 80 milhões de euros a que ascenderam as adjudicações ganhas esta semana pelo Grupo Mota na Europa Central;

6.      Manuel Pinho decidiu sediar no Norte o novo Pólo de Competitividade da Moda que reúne a Fileira Textil, Vestuário e Calçado. Depois do Pólo da Saúde liderado por Luis Portela, este é o segundo Pólo de Competitividade anunciado para o Norte do País;

7.      Foi decidido instalar num Concelho do Norte, ainda a designar, o novo consórcio da gigante Intel para o fabrico de computadores;

8.      Finalmente, a líder da Oposição Manuela Ferreira Leite, brindou aos deputados do seu grupo parlamentar, no aniversário de Guilherme Silva, não com sumo de laranja como se poderia prever, mas com ….. um promissor vinho do Porto;

E pronto, apesar da crise aqui ficam boas inspirações para uma boa semana de trabalho.

 

António de Souza-Cardoso

 

Os Nossos Dias em Bonecos

 

 

 

 

 

Chega de impostos nos combustíveis!

 

 

Já não chega para pagar a casa!

 

 

Até o burro não acredita!

 

 

 

 

 

A disciplina nas escolas realmente melhorou!

 

 

 

 

 

 

 

Ainda bem que agora temos uma  vida  com melhor ambiente.........sem o maldito cigarro!

 

  

 

 

 

Pelo menos este aproveita!

 

  

 

 

A montanha pariu um rato!

 

 

 

 

Estou tão sózinho.......oh apareceu um Filipinho!

 

 

 Juro que sou diferente!

  

 

 

 

Vai-nos sair do bolso!

 

 

 

 

 

Até onde isto chegou!

 

 

 

 

 

 

 

Infelizmente tem acontecido!

 

 

 

 O exemplo do Primeiro a não fumar!

 

 

 

 

 

 

 

 Pois Zé, isto está mal!

 

 

 Mário Rui Cruz

 

desenhos   Expresso

 

A Portofobia

 

Muito refrescante a entrevista de Rui Moreira na edição de ontem do “Sol”.

Tantas vezes acusado de “excesso de disponibilidade” e de se colocar acima da instituição a que preside, Rui Moreira mostrou que o que verdadeiramente não lhe falta é frontalidade e sentido de serviço perante a sua região e o País.

Depois do “mea culpa” feito acerca da posição no último referendo de regionalização (hoje tal como eu, concorda que pior do que uma má regionalização, só mesmo não haver nenhuma), Rui Moreira faz severas críticas ao sistema político e à forma como não tem sabido integrar o Porto e o Norte num projecto e desígnio de um Portugal europeu.

No que se refere aos investimentos públicos Rui Moreira põe o dedo na ferida da crise, para justificar (e bem!) a insistência na alternativa “Portela mais um” e desmistificar a necessidade da ligação ferroviária Lisboa-Madrid por TGV.

 Para não falar deste “novo-riquismo” de continuar a expandir a sumptuosa rede rodoviária que já hoje temos, num País onde existem cada vez mais pessoas no limiar da indigência.

Enfim, com coragem e racionalidade, Rui Moreira falou da “portofia”, essa doença de sobranceria e arrogância, que os construtores da capital cortesã têm perante o resto do País, a que chamam desdenhosamente de província. O ponto mais alto desse referencial provinciano é o Porto e os portuenses.  Por isso só nos resta, como diz Rui Moreira, resistir - ser uma espécie de gauleses que se sentem obrigados a defender, com bravura, o seu terreiro e as suas tradições.

Parabéns ao Rui e recomendações a todos para a atenta leitura desta tão interessante entrevista.

Por último a referência à morte da mais velha Blogger do Mundo, Olive Riley, uma australiana com 108 anos de idade que granjeou o respeito e admiração de toda a blogosfera.

 Aqui fica a nossa modesta homenagem, nós que como ela somos escrevinhadores voluntários de palavras e de ideias. Tal como Olive Riley - com rosto, com nome e a singela vontade de ajudar a reflectir.

 

António de Souza-Cardoso

 

O Mário Lino é muito esperto

 

A questão que arruinou em definitivo a credibilidade de Nixon (“compraria a este homem um carro em segunda mão?”) deixou-me com uma péssima impressão dos vendedores de automóveis usados. Até que, há coisa de cinco anos, uma “performance”  do meu amigo Miguel Vaqueiro, num stand que ele tinha em Matosinhos, apagou por completo esta má impressão.

 

O cliente, um fulano para os seus trinta e tais, chegou num Mercedes SLK preto.. Deu os bons dias  e começou logo a namorar um Porsche Carrera.  Passados uns 15 minutos,. tomou a iniciativa de fazer perguntas, a que o meu amigo respondia num tom correcto mas desinteressado.

 

A páginas tantas começou a descobrir defeitos no Porsche:

 

- Já viu estes riscos aqui atrás?

 

O Miguel concordou:

 

-  Pois tem. Comprei-o à noite a um tipo de Lisboa e não reparei nisso. Além dos riscos tem a lona da capota toda manchada. Quer ver?

 

Passado um bocado, o cliente voltou à carga:

 

- Um Porsche é muito bonito mas é sempre um carro complicado...

 

O Miguel voltou a concordar:

 

- Pois é. Vamos num Porsche na auto-estrada e se os tipos da BT nos vêem colam-se logo a nós, porque sabem que mais tarde ou mais cedo nos vão apanhar a mais de 150!

 

O interesse do cliente aumentava a par do (aparente) desinteresse de um bom vendedor,  que manipulava  com maestria todos os ingredientes do jogo psicológico do negócio, invertendo as bases do ditado “quem desdenha quer comprar” e subvertendo os princípios de um outro: “quando a esmola é grande, o pobre desconfia”..

 

A técnica do meu amigo é  tão boa que até está a ser copiado pelo Mário Lino no caso do Aeroporto Sá Carneiro.

 

Todos os aeroportos são da estatal ANA, cuja privatização em bloco (passando de monopólio publico para monopólio privado) é apontada como parte  do financiamento de Alcochete.

Esvaziado de voos pela TAP que centralizou a sua operação na Portela (é por estas e por outras que a Portela está à beira da saturação), o aeroporto do Porto estava moribundo até que o investimento numa moderna gare o tornou atractivo. As low cost apaixonaram-se por ele. A Zara passou a usá-lo. A Lufthansa aumentou os voos, drenando passageiros do Norte e Galiza para o seu hub de Frankfurt.

 

Eleito melhor aeroporto da Europa, o Sá Carneiro tornou-se incontornável .- até para a TAP - e seduziu os privados. A Sonae e.a Soares da Costa puseram o dedo no ar. Sócrates desafiou-os a avançarem.

 

Quando tudo parecia bem encaminhado, é revelada na imprensa a existência de um estudo que declara o Sá Carneiro um mono, apenas viável mediante brutais e irrealistas aumentos das taxas e do número de passageiros.

 

Vi logo as impressões digitais de Mário Lino nesta notícias, plantadas pelo seu Ministério. Inteligente, o ministro  copia a táctica do Vaqueiro e está a desvalorizar o produto, para melhor o vender.

 

Outra explicação não arranjo para o caso. Se o aeroporto do Porto fosse mesmo uma catástrofe, o fino do Mário Lino não arejava  o estudo – punha-lhe o carimbo de Confidencial e arrumava-o no fundo de uma gaveta fechada à chaves. Não seria justo que o aeroporto de Lisboa perdesse competitividade por ter de aguentar o deficitário aeroporto do Porto, pois não?

 

Jorge Fiel

 

www.lavandaria.blogs.sapo.pt

 

Esta crónica foi publicada no Diário de Notícias

 

Aonde estão as promessas de Abril?

 

 

 

 
 
 
  
 
 Estou preocupado com o meu País, um terço dos pobres têm emprego, é dramático ver pessoas que tem um salário, mas insuficiente para satisfazer as necessidades do agregado familiar.Endividam-se e, com as taxas de juro a subir, e a sentirem-se os efeitos da escalada dos preços dos combustíveis, a meio do mês já estão sem verba.
 
O aumento dos preços, os salários baixos e a precariedade laboral contribuem para esta realidade, que colide com o estereotipo do pobre que não trabalha ou é sem abrigo.
 
Todos os dias fecham fábricas.... com a crise que se passa em Espanha vamos ver a zona de Anadia com uma vaga de desemprego, devido à reestruturação da fábrica de Louça Sanitária Rocca,
 
As empresas no vale do Ave continuam a fechar,....o fraco grau de competência de alguns gestores pagos a preço de ouro, que não são mais que meros mercenários, agravam muitas vezes a saudade das empresas.
 
Temos que acabar com os salários baixos para todos, deve-se premiar a liderança, a inovação, quanto melhor pagos mais motivados estarão para o desafio que está aí.
 
De certeza que os horizontes de Abril não apontariam para aqui.....
 
 
Mário Rui Cruz
 
 
 
 
   

Quem Tramou D. António?

 

Nos 20 anos da morte de D. António Ferreira Gomes foi finalmente editado o seu Livro “Provas” que a idade e saúde frágil impediram o Bispo de Porto de publicar ainda em vida.

Apresentado ontem no Circulo Católico Portuense, pelo Historiador Rui Ramos e com a privilegiada presença de um seu discípulo e actual Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo.

O Bispo do Porto que não gostava de meias verdades e que usou dessa frontalidade para denunciar os erros do regime salazarista parece reunir “Provas” surpreendentes neste livro que “promete incomodar muita gente” e permanece actual, apesar das várias décadas passadas.

Por isso a sugestão aqui fica de uma leitura dos textos de D. António, escritos entre 1958 e 1962 e que incluem cartas de outros Bispos portugueses supostamente solidárias com as posições de D. António e que revelam bem a evolução da posição da Igreja no tempo do Estado Novo.

Talvez que com esta leitura possamos conhecer melhor esta “figura nobre do Porto” como lhe chamou D. Carlos Azevedo e desagravar a sondagem recente que revelava que só 30% dos portuenses conheciam a vida e a obra do Bispo do Porto.

A coragem e frontalidade, o agudo sentido de justiça e o amor que nutria pela Sua cidade, merecem que os portuenses partilhem com as novas gerações estas mais serenas memórias de D. António Gomes Ferreira, o "Homem Fortaleza", como tão bem dizia Sofia de Melo Breyner.

 

 

António de Souza-Cardoso

 

A Júlia da Rinchoa não passa recibos verdes

O Fisco italiano decidiu esta semana obrigar uma prostituta a pagar impostos. Uma auditoria exaustiva às contas bancárias da cidadã, apurou que, nos últimos três anos, ela tinha ganho 356 mil euros no exercício da sua profissão -  um rendimento que deixou de ser livre de impostos.

Esta inédita transformação da prostituta em contribuinte é uma boa notícia para o Tesouro italiano, que aumentará  de uma forma significativa as suas receitas se optar por taxar de uma forma sistemática este segmento da economia transalpina, magistralmente satirizado no “Roma”, de Fellini..

Mas retirar a prostituição da economia subterrânea tem implícito o reconhecimento de uma actividade que na Europa do Sul é tolerada, mas não legalizada.

Toda a gente sabe que há prostituição, que a tradicional oferta de serviços se diversificou para satisfazer a sofisticação da procura - e que às prostitutas se juntaram gigolôs, prostitutos, transexuais e menores.

A prostituição existe, mas toda a gente faz vista grossa. Sendo que toda a gente inclui o Governo, os deputados fazedores de leis, os tribunais que é suposto fazerem-nas cumprir e até o guloso Fisco que não se ensaia nada em usar todos os meios ao seu alcance, incluindo o terror, para espremer os contribuintes até ao último cêntimo.

Olhamos para os anúncios classificados do Correio da Manhã e lemos a “quarentona de Benfica, boazona, pernas grossas, peludinha completa, bumbum Tanajura” (seja lá o que isso for…), a anunciar-se com telemóvel e fotografia traseira, com o traseiro em primeiro plano.

Pegamos na página Relax, do 24 Horas, e ficamos a saber que a Júlia da Rinchoa garante ser “louca e completa”, faz “oral natural até ao fim” e atende casais, de segunda a sábado.

A prostituição está aí à vista de todos. Mas quando nos surge à frente, nós preferimos olhar para o lado. A quarentona de Benfica, a Júlia da Rinchoa ganham a vida a vender favores sexuais, mas como a sua actividade profissional não é legalmente reconhecida vivem à margem do Fisco. São trabalhadoras independentes, mas não passam recibos verdes aos clientes que lhes pagam e as declarações de IVA não fazem parte da sua rotina de vida.

Jorge Fiel

www.lavandaria.blogs.sapo.pt

Esta crónica foi publicada no Diário de Notícias

 

FISCO.........A MÁQUINA TRITURADORA!

 

 

Lobisomem, por Rodrigo Ferrarezi.

 Fisco penhora 22 mil reformas

O Fisco  penhorou pela primeira vez, em 2007, as pensões de contribuintes que não cumpriram com as respectivas obrigações fiscais. Estamos a falar em cerca de 427 mil penhoras realizadas em vários tipos de bens, 22 380 pensões e 74 672 veículos, um aumento de 93 por cento face ao número de carros penhorados no ano anterior.

 

Em relação aos carros penhorados é pacífico, mas quando se fala de pensões, espero que sejam as gordas que sabemos que a grande maioria estão no limiar da pobreza, como irão  depois viver essas pessoas?

 

Eles ficam satisfeitos a pensar que os reformados já ganham tão pouco, que menos algum, não vão achar diferença"..mas o "povo" gosta e vai mantê-los no poleiro...

 

Faz tempo que o Estado perdeu a humanização e não olha a meios para alimentar utópicos projectos e combater o deficit, esmagando tudo e todos sem olhar a consequencias.
 
 
"Os pensionistas que têm dividas ao fisco não são aqueles cuja pensão está abaixo do salário mínimo!!! Esses estão isentos. Os devedores são aqueles pobrezinhos que têm pensões de mais de quatro mil euros até aos vinte mil como os funcionários públicos, políticos, juízes, etc. Para além de roubar aos pobres, roubam ao estado e atrasam os pagamentos até que prescreva."
 
"Sempre a eficiência do fisco é ressaltada pelo governo, como se fossem os cavaleiros paladinos em defesa do povo contra os TIRANOS PENSIONISTAS, ESTES SERES QUE RASGAM DINHEIRO TODO O MÊS E FOGEM DO FISCO COM GRANDES ARTIMANHAS E ENQUANTO OS POBREZINHOS DO ESTADO TEM QUE AMEALHAR OS TOSTÕES PARA PAGAR O DEFICIT. " SANGREM MAIS O POVO, ISSO MESMO" DEUS ME LIVRE!"
 
Para quando a possibilidade de os cidadãos poderem penhorar o Estado por não cumprimento de pagamentos a fornecedores ? Quando isso acontecer a maioria das Câmaras são penhoradas
 
Mário Rui Cruz

 

Não Digam Mal, Que é Pequenino..

 

 

 

Fiquei impressionado com o discurso de Daniel Bessa no Porto, mais pelo momento que pelo conteúdo. De facto, tratava-se de um convite do Millenium BCP que, em tempo de crise e de especulação financeira desenfreada, sentiu saudades das origens nortenhas e veio recuperar forças junto dos empresários da “ferrugem”.

De facto o que Daniel Bessa veio traçar (no encontro de um Banco com os seus clientes?) foi um cenário de profunda e progressiva recessão e, mais preocupantemente, de total impotência lusa para a contrariar ou diminuir. O que restava fazer, segundo o ilustre economista era…. "ir trabalhar no dia seguinte". E essa era, prosseguia, "a única boa notícia que podia dar". Tão boa que muitos dos presentes, como eu, perderam o apetite para o jantar que se seguiu e abandonaram cabisbaixos o local, entrando de imediato em estágio, para o trabalho do dia seguinte. 

Confirmei que a crise estava mesmo aí quando no dia seguinte vi um Primeiro-ministro humilde e contristado dizer aos portugueses que vinham aí tempos muito difíceis. Não por incúria dele próprio ou de qualquer dos seus ministros, mas por sinistra crise internacional que nenhuma cabeça, por mais lúcida ou aguda, poderia antecipar ou descortinar.

Não percebemos bem como, em dois meses, o discurso da definitiva recuperação da economia que justificava a pequena “largesse” da descida do IVA, se esfumou desta maneira abrupta.

Nem tão pouco os mais 3.000 Kms (!!!) de rodovia que estão a ser lançados e contratualizados, para não falar no TGV para Madrid que Espanha cautelarmente quer adiar…

Nem ainda o alargamento da ADSE a toda a função pública, quando o discurso oficial era o da equiparação das condições da função pública à dos restantes mortais.

Enfim pequenas minudências ou equívocos entre o discurso e acção que certamente sou eu que não percebo bem.

Tão bem como percebeu Dias Loureiro, prenhe de comoção na apresentação da biografia mimada (mas pelos vistos não autorizada) de José Socrátes, quando de voz embargada falou do grande homem de afectos, generosidade, coragem, liderança e enorme atenção aos detalhes.

Eu a quem, está visto, escapou qualquer detalhe, fico-me neste dia Santo de Domingo, na desvairada procura da minha capacidade de perdão.

 Trauteando, para estimular o perdão, a música de Zeca Afonso que a TVI escolheu como “banda sonora” do novo best-seller  “Menino de Oiro” proposto, não oficialmente, aos portugueses neste tempo de crise.

 

António de Souza-Cardoso

 

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