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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

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TGV.........um episódio reprovável

 





Melhorar o sistema de transporte ferroviário é necessário, mas essa decisão tem de ser ponderada quanto ao momento e quanto às alternativas. Apresentar grandes projectos foi sempre o nosso estilo, para embalar os portugueses.

 

 O TGV   tem uma dimensão que não é fácil de gerir e não nos vai ligar à Europa, mas a Espanha, o que acabará por fazer de Madrid a sede das empresas e levar de Portugal centros e empregos qualificados.

 

Em relação ao trajecto do TGV ,começam os episódios de "prejudicar" algumas populações ,como está acontecer no concelho de Pombal sem darem hipótese de outras alternativas.

   

A linha ferroviária de alta velocidade no concelho de Pombal está a gerar vários protestos da população que teme danos irreparáveis em vários locais e mesmo o «enterramento» de uma localidade, a Assanha da Paz,

 

Admitindo que o projecto em fase de execução contemple outras soluções técnicas, Humberto Lopes denuncia aquilo que considera ser «falta de resposta» da empresa RAVE sobre as dúvidas manifestadas da população.

 

«A linha (escolhida na avaliação de impacto ambiental) tem uma margem de erro de 25 metros e uma faixa de 400 metros» pelo que «ninguém sabe ao certo quais as casas que vão ser destruídas», acrescentou o autarca, que tem ouvido as queixas da população.

 

 

O facto da linha não poder ter grandes oscilações de curvas ou declives vai obrigar a «cortar a direito» por entre veredas e terras, dividindo comunidades locais de uma «forma definitiva»

 

A apoiar a luta das populações está a Câmara de Pombal, que vai reunir com juristas para impugnar o processo de escolha do corredor.

O TGV «vai ter um impacto terrível sobre a qualidade de vida das populações» e embora o concelho de Pombal admita a necessidade de vir a ser atravessado pela linha, o vice-presidente da autarquia, Diogo Mateus, quer que os estudos estejam «bem feitos. .

 

 

" Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, CCDRC, [um organismo governamental] terá pressionado dois técnicos superiores a mudarem um parecer que chumbava todos os traçados de TGV entre Alcobaça e Pombal. Segundo uma investigação da SIC, os técnicos não aceitaram a pressão e por isso foram afastados compulsivamente da Comissão de Avaliação do projecto. Já esta sexta-feira, a mesma estação televisiva avançou que a CCDRC chumbou o projecto de traçado do Governo, não obstante os técnicos terem sido afastados.

Segundo a SIC, o parecer desfavorável a todos os traçados para a ligação entre Alcobaça e Pombal foi aprovado por toda a hierarquia da CCDRC e enviado para Lisboa. Mas apenas cinco dias depois de terem aprovado o documento, os dirigentes da CCDRC mudaram de posição e queriam agora que o parecer indicasse qual era o traçado mais favorável".

«Foi a própria Comissão de Avaliação que nos colocou essa questão», disse à SIC o vice-presidente da CCDRC, Henrique Moura Maia, reconhecendo pressões superiores para alterar o conteúdo do parecer. Um parecer negativo desta comissão inviabilizaria inevitavelmente os traçados propostos pela Rede de Alta Velocidade (RAVE) para atravessamento da zona entre a Ota e Pombal.

Apontar um traçado como menos mau foi uma forma de contornar a situação. Na entrevista à SIC, o vice-presidente Henrique Moura Maia diz que «as alternativas podem ser todas más mas, decididamente, havia que hierarquizá-las» porque «quem vai ter que decidir, vai ter que saber qual é a menos má».

Com esta alteração no parecer, o Governo já poderia viabilizar um dos traçados, como de resto aconteceu a 21 de Dezembro quando o Ministério do Ambiente emitiu a Declaração de Impacto Ambiental favorável ao projecto.

No parecer antes emitido, e que tinha sido aprovado e enviado para a Agência Portuguesa de Ambiente explicava-se que «os impactes gerados em termos de socio-economia, do ordenamento do território e usos do solo são negativos, muito significativos, irreversíveis e não minimizáveis (residuais)», permanecendo mesmo depois das medidas de minimização prevista no Estudo de Impacto Ambiental promovido pela RAVE.

Segundo a SIC, a CCDRC mudou de posição no mesmo dia em que o estudo estava a ser discutido pela Comissão de Avaliação de impacto ambiental do projecto (Troço de Alta Velocidade C1, entre a Ota e Pombal). Uma hora depois de ter começado a reunião foi interrompida por um telefonema do vice-presidente e do presidente da CCDRC queriam que os técnicos superiores escolhessem uma das alternativas propostas.

Os técnicos não aceitaram a pressão, como explicam num relatório a que a SIC teve acesso e arquivado na CCDRC (está assinado pelos próprios técnicos): «Esta posição não pode ser aceite (...) dado que todas as alternativas apresentam impactes negativos muito significativos». O resultado foi a destituição pura e simples: «Perante as objecções levantadas (...) o sr. presidente da CCDRC retirou-lhes a confiança (...) tendo adiantado que iria proceder à nomeação de novos representantes» regionais na Comissão de Avaliação do projecto.

O vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro não nega que os técnicos tenha sido afastados por recusarem ceder a pressões do presidente da CCDRC (Alfredo Rodrigues Marques) e de si próprio. «Não lhe vou dizer porque é que eles foram mudados, isso é uma questão de gestão interna e isso aí não me vai perguntar», disse à SIC.

 

Se este episódo refere-se a uns 50 Km do trajecto do TGV o que nos esperará nos restantes?

 

Como puderam ler,e graças a um bom jornalismo de investigação,tudo o que se faça a nível de grandes investimentos neste país aparecem sempre os tentáculos das influências....das corrupções.


Mário Rui

 


 


 

 

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