Fazer de Novo o "NOVO PORTUGAL"
Nos últimos dois dias cerca de 120 homens e mulheres com menos de 45 anos, resolveram subir o Rio Douro e reflectir em conjunto sobre que novos desígnios Portugal deve acolher para melhorar decisivamente o seu desempenho, promovendo melhor e mais auspicioso futuro aos Seus vindouros.
Tal como o inefável Carlos Pinto Coelho recorrentemente afirmava no saudoso “Acontece”, “ eu estive lá” e fui testemunha privilegiada e comprometida desta realização promovida pela ANJE e pela Sedes.
O trabalho tinha sido iniciado algumas semanas antes. A metodologia era prometedora. Ao invés de se discutirem os tradicionais sistemas operativos do Estado, aqui a aposta foi a de escolher sete elementos referenciais que fariam emergir, depois de uma induzida reflexão, sete desígnios maiores para Portugal.
Foram organizados 7 grupos em torno dos seguintes referenciais:
Pessoas, Espaços, Recursos, Cultura, Conhecimento, Organização e Valores.
Não é possível resumir neste espaço os desígnios escolhidos, porque eles surgiram enquadrados num contexto próprio e fundamentados em pressupostos que carecem de boa digestão.
Como síntese do conjunto dos desígnios propostos, poderia ensaiar qualquer coisa como:
Apostar na qualificação integral das Pessoas e na regeneração, reabilitação e dimensão crítica dos Espaços, por forma a proporcionar uma eficiente utilização dos Recursos naturais e humanos capaz de propor uma Cultura nova, ancorada no Conhecimento, na criatividade e na tecnologia e servida por um modelo de Organização transparente e eficiente que promova permanentemente os Valores da responsabilidade, do mérito e da excelência…,
Síntese, que apesar da vantagem de ser descartável e se meter no bolso, tem o pecado mortal de ser injusta, redutora e desproporcionada ao genuíno e elevado esforço de “construir” a que, com agrado, presenciei.
Talvez mais importante do que as próprias conclusões, é esta ideia da vontade autêntica de participação de uma geração nova que não tem os preconceitos da guerra, da ditadura ou do condicionamento industrial, que conhece o mundo (40% dos presentes estudaram ou trabalharam fora do País), domina a tecnologia e gosta, felizmente muito, do Seu País.
Esta a principal esperança deste Grupo que promete continuar e comprometer-se, sempre com independência mas seguramente com a determinação de fazer render os Seus Talentos pelo futuro de Portugal e das novas gerações de Portugueses.
A última razão de esperança para este PPR escrito em Português e generosamente dedicado às gerações futuras é o facto de, como muitas outras coisas boas, ter nascido no Norte, numa inspiradora viagem por esse Douro austero e memorial e baptizado (apresentado à comunidade), um dia depois na cidade do Porto na moderna, criativa e também promissora Casa da Música.
Tudo razões para desejar longa e profícua vida ao “Novo Portugal” e ao seu genuíno propósito de ajudar a fazer, generosamente, o Portugal Novo!
António de Souza-Cardoso