Lá terá de ser a mal...
Já se sabia que as directas do PSD não iriam aquecer nem arrefecer no que toca à mais importante das reformas de que o país precisa e que continua arrumada a um cano numa gaveta fechada à chave.
Sentindo no ar um leve cheiro a poder, Passos Coelho apressou-se a sossegar os panditas lisboetas e confessou já estar curado do desvio regionalista da sua juventude.
Ferreira Leite continua igual a si mesma. Clareou o cabelo, acrescentou ao discurso um ingrediente social (pelo que diz já mais parece mas um Guterres de saias do que o tradicional Cavaco de saias) mas no essencial continua fiel ao mais retrógado centralismo e declara-se ferozmente anti-Regionalização.
Não é inteligente esperar que os socialistas no poder em Lisboa resolvam abrir mão de poder para o transferir para as regiões.
Quando o maior partido da oposição abdica da retórica regionalista (que abandonaria logo que chegasse ao poder, como a história nos prova) a conclusão óbvia é que não vai ser possível conquistar a Regionalização a bem.
Ora se não for a bem, lá terá de ser a mal. É isso que nos exigem os 100 mil desempregados do distrito do Porto.
Não podemos tolerar que os salários praticados na segunda maior cidade do pais continuem a ser inferiores em 10% à média nacional. Temos de nos revoltar!
Jorge Fiel