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Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Não Digam Mal, Que é Pequenino..

 

 

 

Fiquei impressionado com o discurso de Daniel Bessa no Porto, mais pelo momento que pelo conteúdo. De facto, tratava-se de um convite do Millenium BCP que, em tempo de crise e de especulação financeira desenfreada, sentiu saudades das origens nortenhas e veio recuperar forças junto dos empresários da “ferrugem”.

De facto o que Daniel Bessa veio traçar (no encontro de um Banco com os seus clientes?) foi um cenário de profunda e progressiva recessão e, mais preocupantemente, de total impotência lusa para a contrariar ou diminuir. O que restava fazer, segundo o ilustre economista era…. "ir trabalhar no dia seguinte". E essa era, prosseguia, "a única boa notícia que podia dar". Tão boa que muitos dos presentes, como eu, perderam o apetite para o jantar que se seguiu e abandonaram cabisbaixos o local, entrando de imediato em estágio, para o trabalho do dia seguinte. 

Confirmei que a crise estava mesmo aí quando no dia seguinte vi um Primeiro-ministro humilde e contristado dizer aos portugueses que vinham aí tempos muito difíceis. Não por incúria dele próprio ou de qualquer dos seus ministros, mas por sinistra crise internacional que nenhuma cabeça, por mais lúcida ou aguda, poderia antecipar ou descortinar.

Não percebemos bem como, em dois meses, o discurso da definitiva recuperação da economia que justificava a pequena “largesse” da descida do IVA, se esfumou desta maneira abrupta.

Nem tão pouco os mais 3.000 Kms (!!!) de rodovia que estão a ser lançados e contratualizados, para não falar no TGV para Madrid que Espanha cautelarmente quer adiar…

Nem ainda o alargamento da ADSE a toda a função pública, quando o discurso oficial era o da equiparação das condições da função pública à dos restantes mortais.

Enfim pequenas minudências ou equívocos entre o discurso e acção que certamente sou eu que não percebo bem.

Tão bem como percebeu Dias Loureiro, prenhe de comoção na apresentação da biografia mimada (mas pelos vistos não autorizada) de José Socrátes, quando de voz embargada falou do grande homem de afectos, generosidade, coragem, liderança e enorme atenção aos detalhes.

Eu a quem, está visto, escapou qualquer detalhe, fico-me neste dia Santo de Domingo, na desvairada procura da minha capacidade de perdão.

 Trauteando, para estimular o perdão, a música de Zeca Afonso que a TVI escolheu como “banda sonora” do novo best-seller  “Menino de Oiro” proposto, não oficialmente, aos portugueses neste tempo de crise.

 

António de Souza-Cardoso

 

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