Não quero ter de viver mais 82 anos
Os cabecilhas da revolta do 31 de Janeiro
Não tem aparecido na lista dos grandes investimentos públicos, onde as estrelas são as linhas de TGV e o aeroporto de Alcochete.
Mas a reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa tem já garantido um financiamento gordo de 400 milhões de euros. Só o Turismo de Portugal entra com 70 milhões.
A lavagem da cara da marginal da capital, que contempla enterrar o comboio da linha de Cascais no troço entre o Museu da Electricidade e o Centro Cultural de Belém, vai ser a grande obra comemorativa do centenário da República.
No Porto, continuo sem saber notícias do concurso internacional aberto para reabilitar os 3,5 quilómetros da marginal do Douro.
Desconheço se há ou não projecto aprovado, quando vai custar a empreitada e quem a vai pagar – e mesmo se o Turismo de Portugal está disposto a dar uma ajudinha ou vai gastar a nota toda em Belém.
Só espero que não estejam à espera das comemorações do bicentenário da revolta do 31 de Janeiro de 1891, o primeiro levantamento armado contra a Monarquia, que teve o Porto republicano como berço.
Não quero ter de viver mais 82 anos para ver a marginal do Douro remoçada.
Jorge Fiel