A hora de corrigir um erro velho de oito anos
Imaginem por um segundo que, logo à noite, o FC Porto alinha no Dragão com o Hulk a fazer dupla de centrais com Lucho, Fucile a ponta de lança, o Helton a médio ala e o Raul Meireles na baliza.
Toda a gente diria que o Jesualdo Ferreira tinha endoidecido.
Não é segredo para ninguém que um dos segredos do sucesso é pôr as pessoas certas no lugar certo – que é onde mais rendem. O Helton na baliza, o Fucile a defesa lateral, o Raul Meireles e o Lucho a segurarem o meio campo e o Hulk lá frente a despedaçar (esperemos) a defesa do Atlético de Madrid.
Na política, também se aplica a regra do homem (ou da mulher, como sucede no caso em apreço) certo no lugar certo. É por isso que não faz o mínimo sentido que Rui Rio – que foi um óptimo director financeiro das Tintas Cin e daria um magnífico secretário de Estado do Orçamento – seja presidente da Câmara do Porto.
Um velho provérbio umbundo avisa-nos que se virmos um cágado em cima de uma árvore é porque alguém o pós lá.
Quem pôs Rui Rio na Câmara do Porto foi o PSD e os eleitores do Porto que queriam castigar Fernando Gomes por ter fugido para Lisboa – e ainda por cima ter feito má figura na sua deambulação pela capital.
Fizerem isso, porque, nem o partido nem os eleitores se aperceberam que ele podia ganhar. No dia a seguir, já estavam arrependidos do crime contra a cidade que tinham cometido.
Oito anos depois, está na hora de corrigir este lamentável erro.