Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

Bússola

A Bússola nunca se engana, aponta sempre para o Norte.

BÚSSOLA EM DESTAK

 

Versão integral da entrevista publicada pelo jornal gratuito Destak na sua edição de ontem, mas que só hoje me chegou às mãos.

1- O que podemos esperar do blog Bússola - Sempre virada a Norte?

Polémica. Defesa dos interesses do Porto e do Norte. Polémica. Defesa intransigente da Regionalização. Polémica .Opiniões de gente muito diferente mas convergente no amor pela região. Mais polémica.

 

2 - A bússola deveria mesmo estar sempre virada a Norte.

 

A bússola não tem outro remédio por culpa de forças magnéticas que não controla. O nosso blog Bússola aponta um caminho que voluntariamente escolhemos para nos fazer a todos mais felizes.

 

 

3- E o Sul, que lugar vai ocupar no blog?

 

O Norte é uma região ,mas mais do que isso é a nossa região .Queremos que ela melhore , mas nada temos contra o Sul , que não é uma região , mas várias .Se estivermos a falar do Alentejo ou do Algarve é uma coisa , se estivermos a falar de Lisboa a conversa muda de figura e não somos nós que o dizemos. São as estatísticas da União Europeia que esclarecem tudo sobre a diferença de nível de vida entre a região da capital e o resto do país.

 

 

4- Espera dar voz aos portuenses, mesmo que sejam “do contra”?

 

O blog tem essa enorme virtualidade de dar voz a todos que a tenham ou queiram ter .Ainda que em posição desigual,  porque os bussolistas que postam dão a cara e os que comentam regra geral escondem-se no anonimato. Mas já estamos habituados. A mão que nos boicota na capital também não tem rosto.

 

 

5- Existe lugar para opiniões centralistas?

 

A blogosfera é um espaço de liberdade e quem quiser pode criar um blog sulista , elitista e centralista. O que acontece é que quem defende essas teses normalmente não tem coragem para se mostrar. Prefere atacar pela calada , como têm feito nos comentários aos posts do Bússola.

 

 

6- O Porto está sem alma?

 

Claro que não ! Tudo vale a pena exactamente porque essa alma existe e não é pequena !

 

 

7- O Porto está a perder população. Como se pode inverter esta tendência?

 

A cidade está a perder residentes mas o Grande Porto já não tanto. Vivemos numa economia de mercado e é evidente que quando forem criadas condições favoráveis à aquisição de casa na cidade essa tendência será invertida.

 

 

8- A Invicta tem carência de espaços verdes?

 

É normal que quem vive numa cidade queira sempre mais espaços verdes , mas é justo que se diga que o Porto nem está mal servido nesse aspecto.

 

 

9- Qual o local mais bonito da cidade?

 

Gosto da Foz do Douro mas reconheço que a vista mais bonita do Porto é de Gaia.

  

 

10- Trocar os v’s pelos b’s é uma tendência ou uma necessidade?

 

O sotaque portuense nunca foi para mim questão de embaraço , mas sim de afirmação . Ainda que na capital confundam a maneira de falar de Braga ou de Viana com o sotaque do Porto porque para muitos deles,  quem não fala com o sotaque de Lisboa,  fala à Porto.

 

 

11- O que falta à cidade?

 

Neste momento o que faz mais falta é que a respeitem,  pelo que ela sempre deu ao país e há-de continuar a dar. Mas percebo que às vezes também há gente de cá que não se dá ao respeito….

 

 

12- A evolução da Invicta ao longo dos anos tem sido positiva?

 

É impossível fazer um balanço nesses termos porque no Porto como em todas as cidades existem situações que melhoraram , como os transportes públicos e as zonas verdes, e outras que pioraram , como a desertificação da Baixa e a afirmação extramuros.

 

 

13- Qual é a maior qualidade dos portuenses?

 

Entre a capacidade de trabalho e a frontalidade , das duas, uma.

Exército de Salvação Nacional

Batalhão Bússola

Missão no Destak

Manuel Serrão

 

 

 

Os lisboetas não são necessariamente, e por regra, menos inteligentes do que nós

 

Almeida Garrett, de Barata Feyo. Está um bocado suja, mas é uma bela estátua

 

 

Sobe-me a mostarda ao nariz sempre que um lisboeta acha de bom gosto cumprimentar-me usando uma canhota tentativa de imitar o nosso sotaque: «Atão, murcóm?!. Cumu bai o Puaaaartu?». 

  

Imbuído de um espírito cristão, contenho-me e absolvo a idiotice do infeliz, que na sua santa e doce ignorância está convencido que não tem sotaque e a sua amaricada maneira de falar é o cânone.

 

Nessas alturas, respiro fundo, e repito mentalmente, as vezes que se revelar  necessário, o maior dos ensinamentos biblícos: «Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles será o Reino dos Céus/Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles será o Reino dos Céus!»».

 

Quando a minha tensão arterial regressa à normalidade, concentro os meus esforços em evitar que a condescendência que me vai na alma se reflicta no sorriso que componho.

 

Não pensem, por favor, que sou um discípulo das teorias do James Watson. Não! Não acho que os lisboetas sejam necessariamente, e por regra, menos inteligentes do que nós.

 

O problema é que um fatal erro de paralaxe distorce a visão lisboeta do país.

 

Antes de Copérnico, a Humanidade estava firmemente convencida de que a Terra era o centro do Universo.

 

Neste dealbar do século XXI, há alfacinhas em demasia a pensarem que Lisboa é o Sol à volta da qual gira o resto do país. O que é, convenhamos, pouco inteligente.

 

Os brasileiros, que tiveram a argúcia de ultrapassar a rivalidade Rio de Janeiro/S.Paulo deslocalizando a capital para Brasília, perceberam muito mais depressa do que os lisboetas que não há cânone – e que deve ser estimulada a pluralidade de pronúncias em que é declinada a língua que nos une.

 

Na última revisão do seu livro de estilo, a TV Globo acabou com a ditadura do sotaque único e decretou a liberdade de expressão da multitude de sotaques em que o português é falado.

 

Quando ouço um lisboeta a tentar ser engraçado, pontuando as frases com «caragos», lembro-me logo do que escreveu o nosso conterrâneo Almeida Garrett, escritor, político e heróis do Cerco do Porto:

 

«Se na nossa cidade há muito quem troque o b pelo v, há muito pouco quem troque a liberdade pela servidão».

Jorge Fiel

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2012
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2011
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2010
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2009
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2008
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2007
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub