O Vinho e o Porto
Um dos ícones mais relevantes e expressivos da nossa condição de nortenhos está certamente associado ao vinho.
Não só à esperta alegria que proporciona e que nos ajuda a olhar a vida de frente e com gratidão, mas principalmente a tenacidade, o heroísmo e o espírito empreendedor que nos caracterizam e que foram necessários para remexer, daquela forma tão impressiva, as entranhas rudes de uma natureza erguida inospitamente nas arribas do Douro.
E é este Douro Património Mundial da Humanidade que apenas se curvou á têmpera nortenha, a principal testemunha da nossa força e do nosso carácter. Que em sinal de respeitoso reconhecimento nos homenageou com um vinho único no Mundo - O Vinho do Porto que é certamente uma das mais inigualáveis dádivas da Mãe Natureza.
Esta "Ode" ao Vinho, e em especial ao Vinho do Porto, vem a propósito das habituais Comemorações da distinta Confraria de Vinho do Porto que sob a segura batuta de Francisco Olazabal, inicia as suas habituais festividades no próximo dia 21 de Junho, entronizando como novo Confrade, para além do Presidente da Federação Suíça, o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Esperemos que Durão Barroso, ironicamente à altura, o símbolo do sulismo e do elitismo que Filipe Menezes denunciou, perceba bem o significado desta distinção e a responsabilidade de promover politicas europeias que protejam as denominações de origem e combatam (com maior afã que a nossa ASAE) todas as tentativas de apropriação do nome ou de desleal contrafacção.
Para que neste seu triunfante caminho, o nosso “Cherne” perceba bem o valor da Água do Douro que se transformou, com o labor e o carácter das gentes do Norte, naquele que muitos consideram o melhor Vinho do Mundo.
António de Souza-Cardoso