Estava de férias, no Verão de 80, após passar para o 5.º ano da faculdade, quando fui surpreendido pela notícia de que o Governo minguara de cinco para quatro anos o meu curso de História.
Fiquei na dúvida sobre se já me teria licenciado sem saber, até o ministério vir esclarecer que não - eu e os meus colegas teríamos de completar o 5.º ano. O encurtamento só beneficiaria os alunos dos outros anos, a começar pelos do imediatamente anterior ao nosso, que mediante a adição ao currículo de mais um par de cadeiras acabariam o curso ao mesmo tempo que nós.
Este arranjo desencadeou pronta reacção sindical dos meus colegas de ano, que se revoltaram, pois sentiam-se prejudicados na saída profissional. No Portugal do dealbar da década de 80 já escasseavam as vagas para dar aulas no secundário. Por isso achavam injusto que os colegas do ano anterior se apresentassem em pé de igualdade com eles no concurso nacional de colocação de professores - pois a maneira assucatada improvisada pela 5 de Outubro para encolher os cursos de letras levava a que o 4.º e o 5.º anos concluíssem em simultâneo a licenciatura.
Reduzir a metade o nosso 5.º ano, permitindo-nos acabar o curso em Janeiro com a aprovação em duas cadeiras, foi a solução inventada para desenrascar o problema, que agradou ao pessoal do meu ano porque podiam apresentar-se em Março, já como licenciados, no concurso nacional.
Como nunca fez parte dos meus planos ser professor, esta polémica passou-me ao lado, e até acho graça ao facto de poder dar uma resposta original (quatro anos e meio) à pergunta sobre a duração do meu curso.
Vinte anos depois, as consequências desta originalidade voltam a estar em cima da mesa, já que a AR saída das eleições de 5 de Junho será chamada a votar uma petição para conceder o grau académico de mestre a todos os licenciados pré-Bolonha, com cinco ou seis anos de estudos - que temo me exclua devido ao meu curso ser de quatro anos e meio.
Espero que esta questão, bem como outras do género - como a petição solicitando ao Parlamento que legalize a introdução de carne de cão e gato na alimentação humana -, sejam esmiuçadas durante a campanha eleitoral. Mas temo que Passos Coelho e Sócrates optem por desconversar e centrem o debate em matérias sobre as quais não terão competência ou poder, já que o próximo primeiro-ministro vai ser uma espécie de director de marketing e comunicação das decisões que FMI, Comissão Europeia e BCE vão tomar sobre as matérias decisivas como a privatização da Caixa, o despedimento de funcionários públicos, o sequestro do subsídios de férias e do 13.º mês, a reorganização administrativa do País, etc., etc.
Jorge Fiel
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Num episódio dos Simpsons, Homer dá ao seu filho Bart dois conselhos que ajudarão a navegar com sucesso na vida.
O primeiro é repetir a frase “Boa ideia, chefe”. Belíssimo conselho! Nunca ouvi ninguém a queixar-se de que abusar da graxa lhe prejudicou a carreira - e é mais provável conhecer um marciano verde do que um chefe insensível à bajulação.
O segundo consiste em responder, num tom educado mas firme, “Quando cá cheguei já era assim”, sempre que questionado por um superior sobre determinado procedimento. Outro conselho magnífico, que bebe a sabedoria no dizer popular “a culpa morreu solteira”.
A falta de fruta no hotel de Moscovo onde esteve hospedada a Selecção Nacional, na véspera de um jogo de apuramento para o Euro 84, foi a explicação dada pelo mítico (e falecido) guarda redes Bento para a derrota copiosa de 5-0 que nos foi infligida pela URSS.
Não estamos culturalmente treinados a assumir as responsabilidades pelos nossos erros. Pelo contrário, somos muito bons a inventar desculpas e a sacudir para costas mais largas a culpa dos nossos fracassos.
Da última vez que o PSD ganhou as legislativas, a primeira coisa que Durão Barroso fez foi cunhar o famoso soundbyte “O país está de tanga”, uma tentativa mais ou menos bem sucedida de atirar para cima do guterrismo a responsabilidade pela decisão de elevar a carga fiscal – depois de ter passado a campanha eleitoral a jurar que não aumentaria os impostos.
Este péssimo hábito de sacudir a água do capote anda normalmente de mão dada com um outro não menos nojento: a mais completa ausência de frontalidade. Apesar de não ser fã de reuniões, esforço-me sempre por nunca faltar a nenhuma, pois estou careca de saber que estar ausente é um convite a dizerem mal de nós.
(Ora aqui está matéria prima para mais conselhos de Homer a Bart: Nunca faltes a uma reunião e antes de dizeres mal de alguém certifica-te primeiro se ele não está presente).
Servem estes desabafos para explicar que neste período pré-eleitoral o que mais me aflige é ninguém estar a pensar o que é preciso fazer - mas sim em quem culpar pela situação em que estamos atolados.
Aflige-me também saber que, em média, a despesa cresce o dobro em ano de eleições – a fonte é um livro do insuspeito Nogueira Leite, que aponta 1991 (Cavaco) e 2009 (Sócrates), como os anos de maior despautério.
Afligem-me também as conclusões do estudo de Pedro S. Martins (Queen Mary University), que abrange o período 1980-2008 e demonstra que as contratações do Estado aumentam significativamente antes e imediatamente depois das eleições - não se registando neste particular qualquer diferença entre o comportamento do PSD e do PS.
Jorge Fiel
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Sabem jogar ao blackjack? É mais ou menos como o sete e meio, só que a pontuação máxima é 21 (se fizer mais, o jogador rebenta), as figuras valem dez, o ás pode ser contabilizado como um ou 11, enquanto as cartas de dois a dez respondem pelo valor nominal. As outras diferenças são de status. O blackjack é um dos musts dos casinos, enquanto o sete e meio é um passatempo de adolescentes ou uma alternativa ao dominó para os reformados. No sete e meio quem faz de banca é o dono do baralho (ou o irmão mais velho), enquanto que no blackjack esse papel é cometido a um profissional (o dealer).
Nunca joguei blackjack no pano verde e sempre pensei que era um jogo de sorte pura até que no último Verão o meu filho Pedro recebeu lições (gratuitas) desta matéria no Venetian, em Las Vegas, e me convenceu que há uma estratégia delineada a partir do cálculo científico das probabilidades que o jogador tem de alcançar uma pontuação superior à banca - ou de obrigar o dealer a rebentar. Simplificando, a teoria recomenda que se parta do princípio de que há uma grande probabilidade de a carta escondida do dealer valer dez ou 11. Daí que se aconselhe o jogador a ficar se tem 16 e a carta aberta do dealer é dois, três, quatro ou cinco - ou a pedir mais uma carta se o dealer tem uma figura ou ás virados.
Bem vistas as coisas, há uma data de situações na vida (como a escolha da mulher ao lado de quem queremos envelhecer) em que estamos na situação do jogador de blackjack. Recebes duas cartas, um rei e um três. Tens 13. Pedes mais uma carta, sai-te um cinco. Jogas pelo seguro, e ficas-te pelo 18, ou vais tentar o 21, mesmo que haja uma enorme possibilidade de rebentar? Esta angústia do jogador de blackjack não pára de atormentar Passos Coelho, que tem uma série de gente a gritar-lhe ao ouvido conselhos opostos e ele hesita entre pedir mais uma carta, provocando eleições e arriscando-se a rebentar com o ónus da responsabilidade do desembarque do FMI - ou jogar pelo seguro, ficando com o jogo (um 18 ou 19, na minha opinião), na esperança de que seja o dealer Sócrates a rebentar.
Quem incita Passos a pedir mais uma carta são os boys sem freios nos dentes, sequiosos do regresso ao poder, como Catroga e Capucho. A aconselhar-lhe calma estão vozes laranjas mais desinteressadas (Pacheco Pereira e Nuno Morais Sarmento) e os empresários, que falaram pela boca de Ricardo Salgado ("Na situação actual é muito complicado ir a eleições"). A decisão é difícil. O líder do PSD sabe que se perder fica sem o lugar à mesa de jogo (Santana já conspira e relançou o nome de Rio). Mas, se estivesse no lugar dele, eu ficava - não arriscava pedir mais uma carta.
Jorge Fiel
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Ksawery Knotz, monge capuchinho de 45 anos e conterrâneo do beato João Paulo II, publicou um livro intitulado Não Tenhas Medo do Sexo, onde defende a tese de que Deus está no orgasmo.
Ainda não decidi se encomendo na Amazon esta obra, que mereceu o apoio da Igreja Católica polaca, o que se compreende perfeitamente. Se Deus é omnipresente, ou seja, está em toda a parte, é natural que esteja também no orgasmo, por muito que isso custe a engolir ao respeitável economista João César das Neves, que mantém activa uma cruzada particular contra "os fanáticos do orgasmo".
Como nunca me dei ao trabalho de penetrar no conceito de "orgasmo vertical", que, do meu ponto de vista, é uma das mais misteriosas peças do vasto legado intelectual do falecido Eduardo Prado Coelho, penso ter as credenciais para não ser considerado com um "fanático do orgasmo".
Apesar disso, não posso em consciência negar que, a par de uma posta de rodovalho grelhado, uma botelha de Vértice, um livro do Henning Mankell ou um episódio do Good Wife, um orgasmo é uma das coisas boas que um homem (ou uma mulher, ou um transexual) leva desta vida. Mais nada!
Na sua imensa sabedoria, Deus está com toda a certeza no orgasmo, mas o orgasmo não está no voto, ao contrário do que pretendia o vídeo lançado pela Juventude Socialista da Catalunha em que uma rapariga muito bem-apessoada depositava o voto numa urna enquanto simulava ter um orgasmo - com bastante menos verosimilhança do que a Meg Ryan na célebre cena de When Harry Meets Sally, filmada no Katz Delikatessen de Nova Iorque, onde se pode comer a melhor sanduíche de pastrami do mundo.
Os 53,37% de eleitores que se abstiveram no domingo não partilham desta peregrina ideia dos socialistas catalães, senão não teriam desperdiçado tão ostensivamente uma boa oportunidade de obter um orgasmo.
Já não sei que dizer a este propósito dos 191 187 eleitores que votaram em branco ou dos 86 531 que anularam o boletim para manifestaram o seu desagrado com a oferta de candidatos. Vi no Twitter o boletim de uma eleitora que acrescentou Chuck Norris à lista e fez a cruzinha num quadrado desenhado à mão. Pode não ter tido um orgasmo, mas seguramente divertiu-se a kitar o boletim.
Eu faço parte dos 94% de portugueses que não confiam na classe política (sondagem GFK para o Projecto Farol, liderado por Belmiro de Azevedo e promovido pela Deloitte) e por isso fui um dos 189 036 eleitores que votaram em José Manuel Coelho. Não senti um orgasmo quando, por volta das 11.30, introduzi o boletim na fenda da urna da 8.ª secção da Católica do Porto. Mas fiquei satisfeito. Ao fim e ao cabo, há algo de intensamente orgástico na ida do Coelho à Coelha.
Jorge Fiel
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Quando li um comentador de peso a comparar o duelo Sócrates/Ferreira Leite a um Benfica-Sporting, pensei logo: olha mais um que parou no tempo da Outra Senhora, em que os dois clubes de Lisboa alternavam os títulos à razão de três para os da Luz, um para os de Alvalade.
Mas depois do debate, dei por mim a pensar que a comparação afinal não era tão esfarrapada, e que o seu autor acertara, se calhar da mesma maneira involuntária que o relógio parado dá a hora certa duas vezes por dia. As palavras Porto, Norte e Regionalização não foram pronunciadas na única vez em que os dois candidatos a primeiro ministro estiveram frente a frente na televisão a disputarem os votos dos indecisos.
A bondade do TGV para Madrid foi esmiuçada, mas não se ouviu um pio sequer a propósito da linha Lisboa-Porto-Vigo, apesar dos estudos da firma britânica Steer Davies Gleave garantirem que ela não é só é viável mas também geradora de um benefício líquido superior a cinco mil milhões de euros. Na troca de argumentos desencadeada pela retórica retro anti-espanhola de Ferreira Leite, a única referência à linha para o Porto saiu da boca do ministro espanhol.
No Norte, o céu está mais carregado de nuvens do que no resto do país. Vivem aqui um milhão de pobres. Mais 300 mil que há três anos. A segunda região que mais contribui para a riqueza do país é mais pobre de Portugal – e uma das 30 mais pobres da Europa, ao lado de regiões romenas e búlgaras.
Apesar disso, nenhum dos candidatos achou que valia a pena desperdiçar o precioso tempo de antena do seu Benfica-Sporting televisivo a explicar como planeia combater a bolsa nortenha de pobreza e redistribuir de forma solidária a riqueza por todo o país.
Como portista e nortenho, olho para todos os Benfica-Sporting sem paixão, mas com interesses – prefiro sempre que perca o que ameaça mais perto a liderança do FC-Porto.
No Benfica-Sportingque se vai jogar no domingo é do interesse do Norte que perca quem se pronunciou contra a Regionalização e o TGV – e acha que “é preciso parar tudo porque não há dinheiro”, mas não incluiu nesse tudo o investimento de 2,5 mil milhões de euros na expansão do Metro de Lisboa nem a ruinosa compra de submarinos que nos fazem tanta falta como uma dor de dentes.
No Benfica-Sporting de domingo, o mal menor é que perca quem tem a mentalidade do espanhol dono de um cavalo que morreu após 15 dias de jejum forçado e se lamentou: “logo agora que ele se tinha habituado a viver sem comer é que morreu”. Domingo, é preciso evitar que ganhe a velha política do “pobretes mas alegretes”, que tem tanta possibilidade de ter sucesso como uma bailarina com uma perna de pau.
Jorge Fiel
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Na quarta-feira passada o meu companheiro Bussolista Manuel Serrão deu à estampa no seu qualificado e habitual espaço de opinião do JN,um artigo sobre as próximas eleições da AEP com o qual me revejo tão integralmente que, com risco do aroma a repetido, não quis deixar de pronunciar em sublinhado, nesta Bússola do Norte.
Cumpre-me pois, em primeiro lugar pedir desculpa ao autor e refugiar-me na ideia de que numa sociedade com tão escassa participação cívica também as verdades, para fazerem bom caminho, precisam de ser ditas mais do que uma vez.
O Abílio Ferreira publicou no Expresso há algumas semanas um artigo sobre as eleições na AEP onde apontava como mais fortes candidatos à sucessão do Engº Lugdero Marques, o Presidente da ATP, Dr. Paulo Nunes de Almeida e o Dr. Adalberto Neiva de Oliveira, conhecido Empresário do Grupo Cabelte.
Nenhum dos dois evidentemente inspirou ou deu azo àquela notícia, mas julgo que ela teve o condão de os pôr, aos dois, a pensar no assunto. Ainda mais promissor, de colocar os actuais dirigentes da AEP e principalmente os seus associados perante a esperança de poderem ter uma sucessão ao nível dos enormes desafios que a AEP enfrenta no futuro.
Amanhã um conjunto estrito de membros designados pelo Conselho Geral, apresentará publicamente o perfil do candidato a esta sucessão. E daí a oportunidade desta reflexão que importa ao Norte e ao País.
Para que se não diga que não se disse, julgo em primeiro lugar que desta vez o Engº Ludgero Marques vai mesmo sair. Conheço a vontade de renovação manifestada pelo Presidente da AEP em outros momentos eleitorais e o “caminho arrepiado” outras tantas vezes, por falta de comparência das putativas alternativas, ou pelo inequívoco espírito de Missão que sempre demonstrou. Julgo, no entanto, que o Engº Ludgero Marques deixa um legado de tão grande valor para a AEP que não pode nem quer, arriscar-se a “desnobilitar” o grandioso trabalho que empreendeu, a levar um jogo já ganho para um incerto prolongamento. Não há, em suma e desta vez, espaço para mais do que a Grande Homenagem e o Engº Ludgero Marques sabe-o melhor que ninguém.
Julgo, em segundo lugar, que a AEP tem a sorte e a circunstância de poder contar com a disponibilidade de duas personalidades de tão rara qualidade humana e tão ajustada experiência profissional.
Conheço o Dr. Paulo Nunes de Almeida desde o ano de 1991 em que entrei para Director Geral da ANJE. Era ele então Vice-Presidente e mais tarde Presidente Adjunto da Direcção. Entendeu o destino, depois dessa experiência tão próxima, colocar-me em lugar privilegiado para acompanhar o fulgurante percurso associativo que teve desde então. Admirei sempre a sua inteligência – lógica, emotiva e relacional, mas também a determinação, a capacidade de trabalho, o conhecimento amplo das principais questões económicas e do tecido empresarial, a facilidade de gerar consensos, desenhar modelos e mobilizar pessoas.
Conheço igualmente o Dr Adalberto Neiva de Oliveira. Porque foi e ainda é Presidente do Conselho Fiscal de uma Organização a cuja Direcção presidi. Mas, principalmente, pelo notável trabalho que realizou no impulso e afirmação em Portugal da Ordem Soberana e Militar de Malta. Aprendi a admirar a sua imensa capacidade de comunicação e persuasão, pendurada num sorriso franco, generoso e confiável. A experiência empresarial e associativa do Comendador Neiva de Oliveira falam por si e dispensam bem estes meus modestos sublinhados.
A AEP tem assim a sorte de ter dois grandes possíveis Presidentes que, conhecem bem a casa, o associativismo e o tecido empresarial. Não me interessam os perfis, nem vou cair na tentação de comparar a alternativa geracional e o dinamismo tranquilo de Nunes de Almeida, com a astuta experiência e o sólido percurso empresarial de Neiva de Oliveira.
A AEP não pode provavelmente contar com os dois (ou pode?), mas muito menos se pode dar ao luxo de os dispensar. Porque não há melhores, porque só um dos dois poderá confirmar o caminho de liderança da AEP no associativismo empresarial português.
O Engº Angelo Ludgero Marques tem assim uma Missão crucial para o futuro da Instituição a que preside. Uma Missão pela qual será também avaliado na justa homenagem que o Norte e o Tempo certamente lhe farão. A de não deixar que os seus dois “melhores” se anulem na elegante recusa de um confronto, ou no desencanto da intriga que uma disputa sempre favorece. Abrindo as portas a uma terceira via menos qualificada e diminuída e também por isso mais fragilizada e vulnerável às piores especulações.
Os Associados da AEP têm igualmente esta enorme responsabilidade de não deixar escapar este irrepetível momento de afirmação, mostrando um espírito de vigilância e de empenho capaz de recusar terceiras vias e promover a escolha da melhor liderança e do melhor futuro para a sua Associação, para o Norte e para Portugal.