Não sou daqueles que acham que nós, homens, fomos mais penalizados do que as mulheres na hora em que o Criador, na sua imensa sabedoria, deliberou sobre as penitências a observar pelos dois sexos relativamente à culpa pelo Pecado Original.
Ter de fazer a barba parece-me uma penitência bem mais benigna do que a suave prestação mensal que as mulheres adultas pagam, a título quase vitalício, para se redimirem dos nossos antepassados Adão e Eva terem trincado a maçã num compreensível momento de desvario – quem nunca cedeu a essa tentação que atire a primeira pedra!
Nunca fui de me dar ao incómodo de fazer a barba todos os dias. Habituei-me a justificar com as poupanças - em tempo (que é dinheiro), lâmina, espuma, água e after shave -, o que era olhado como um desleixo. Há coisa de poucos anos, José Mourinho foi um dos líderes da revolução libertadora que legalizou socialmente a barba de três dias, absolvendo-me do facto de só me por em frente ao espelho, antes do banho, uma ou duas vezes por semana.
Fechar o ralo do lavatório é o meu primeiro gesto da rotina quando faço a barba, o que me permite usar na limpeza da lâmina a água gasta na preparação da cara para a espuma. No final, depois de abrir o ralo, limpo com uma folha de papel higiénico os pelos que ficaram acumulados no lavatório. Temos de poupar água, que é um factor escasso.
O problema é que no lavatório Portugal o ralo Lisboa suga e desperdiça todos os recursos que a torneira do resto do país lhe despeja, sem que até agora ninguém lhe tenha conseguido por travão.
Num artigo publicado no Expresso, no dia de Natal, Daniel Bessa, fez as contas (o que ele sabe fazer, ao contrário do incompetente que o despediu do Governo) e concluiu que para trazer o défice de volta aos 3% do PIB o Estado português tem de arranjar dez mil milhões de euros.
Aumentar as receitas não é viável, pois não se pode tirar sangue das pedras – a economia está em coma e o tacho da cobrança coerciva das dívidas fiscais já está rapado. Reduzir o investimento público seria criminoso no país da UE que na década 98/08 teve o pior desempenho neste capítulo, com uma queda anual média de 4,6%.
A alternativa é reduzir drasticamente a despesa, o que implica desmantelar este Estado velho, gordo e centralista que gasta metade da riqueza do país. O combate à crise exige o reordenamento do território, a destruição deste aparelho de Estado e a redistribuição de competências.
Só a Regionalização pode fechar o ralo do desperdício lisboeta por onde se esvai a nossa riqueza. Se não se fizer, o resto do país não tem outra alternativa senão fechar a torneira e começar a pensar numa solução à catalã.
A coexistência pacífica entre os povos e não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados foram os princípios aprovados, em 1955, na conferência de Bandung, que esteve na origem do Movimento dos Não Alinhados, que queria aquecer a alma enregelada de um mundo que vivia a Guerra Fria entre EUA e URSS.
23 anos depois, numa cave da rua Antunes Guimarães (Porto), a meio de uma directa de estudo para a cadeira de Teoria da História, o meu amigo Zé Meireles elaborou uma feliz adaptação ao indivíduo dos dois princípios estabelecidos em Bandung para as nações: 1. Cada qual leva no que é seu;2. Quem dá conselhos na rua leva no cu em casa.
Ao longo vida tenho observado o espírito de tolerância e respeito pelos outros encerrado nestes pedacinhos de ouro do Meireles, que invoco a propósito do casamento gay. Como sempre achei que cada qual leva no que é seu (e me habituei a não arriscar a dar conselhos) sou naturalmente a favor. Desconfio que os gay não sabem no que se vão meter, mas, repito e sublinho, estão no seu direito.
Hoje em dia o pessoal opta por juntar os trapinhos (a chamada união de fcato) e marimba-se para a legalização da situação nos livros dos notários ou aos olhos do Senhor. O que até se compreende porque o prazo de validade das relações não pára de encurtar e se casar até é barato (custa, em média, 100 euros), o divórcio é muito caro, não só em chatices afectivas mas também materiais – fica a 250 euros, se for amigável, porque se não, upa upa, por causa dos honorários dos advogados. Como metade dos casamentos acaba em divórcio, há cada vez mais gente a cortar-se.
Os gay querem casar-se de papel passado? Porreiro, pá! As grandes vítimas do Simplex (os notários) até agradecem. Casem-se! Compreeendo-os perfeitamente. É a velha história do fruto proibido.
Já compreendo mal porque é que Sócrates meteu no topo da agenda política um dossiê que faz azia a Cavaco, indispõe a Igreja e fractura o seu grupo parlamentar, quando há um ano podia ter despachado o assunto, deixando-se ir à boleia da proposta do Bloco de legalizar o casamento gay.
E não compreendo de todo que os panditas do PS e PSD – em particular os dois lideres parlamentares, pessoas do Porto que ou não leram, ou não perceberam, A Queda de um Anjo, de Camilo – citem o Zé Maria do Big Brother e digam que “não há condições” para avançar com a Regionalização porque não é uma matéria urgente e é preciso reunir um grande consenso político.
Estão a brincar connosco? A legalização do casamento gay é uma matéria urgente? Havia um grande consenso político quando se convocaram os dois referendos sobre o aborto? Andam a fazer de nós parvos. E eu não gosto que façam de mim parvo.
Jorge Fiel
Esta crónica foi hoje publicada no Diário de Notícias
Imagem do cavalheiro em quem se malha, obtida a partir de uma fotografia tipo passe, sem grande qualidade, sacada na Net
O vice-presidente do PSD que se celebrizou ao declarar que a Regionalização é uma armadilha para os portugueses é mestre e doutor em Ciências Jurídico-Civilistas, professor em Coimbra e foi juiz do Tribunal Constitucional.
Sendo pessoa com estudos, Paulo Mota Pinto resolveu elaborar pensamento em suporte da declaração:
“Eu acho que num momento de crise, grande, económica, não é altura adequada para lançar esse debate. É um debate que vai dividir os portugueses. Neste momento, deveríamos concentrar-nos no essencial. Não é aí que vai estar a saída para a crise”
Creio que os trabalhadores das empresas europeias apoiadas financeiramente pelos governos regionais, neste momento de crise – contornando a inibição imposta por Bruxelas aos governos centrais –, não partilharão a ideia de Mota Pinto.
E desconfio que quando ele fala num “debate que vai dividir os portugueses” poderia ir um bocado mais longe e ter dito um “debate que vai dividir os portugueses votam no PSD” - que ficará um partido ainda mais partido se o referendo da Regionalização avançar e os seus dirigentes e militantes forem obrigados a escolher a sua trincheira.
Paulo Mota Pinto pensa o que diz, mas, lamentavelmente, não diz tudo o que pensa.
“A Regionalização é uma armadilha para os portugueses”, declarou um cavalheiro de Coimbra chamado Paulo Mota Pinto que é vice-presidente do PSD.
Este Mota Pinto não está contra a corrente dominante no seu partido.
Manuela Ferreira Leite, a regente actual dos laranjinhas, é uma opositora tão fervorosa da Regionalização - eu até suspeito que se benze murmura “cruzes canhoto” quando ouve esta palavra maldita.
Pedro Passos Coelho, que vai ser o próximo presidente do PSD, também é um cruzado contra a reforma administrativa do país.
Quando ouvi na rádio o ruído da marcha atrás metida por José Sócrates na questão da Regionalização, veio-me logo à cabeça o fantástico nonsense de uma das frases predilectas do meu amigo e colega Valdemar Cruz: “a unanimidade nem sempre é consensual”.
Alega o primeiro-ministro que só avançará com um novo referendo sobre a Regionalização depois de ter verificado a existência de um consenso alargado no país, que lhe dê garantias que o Sim triunfará.
Cheirou-me logo a desculpa de mau pagador. O PS não esperou pelo ámen do Cardeal Patriarca e da São Caetano para avançar com o segundo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.
Porque será que agora tem de esperar por um consenso impossível com a liderança laranja para avançar com um novo referendo sobre a Regionalização?
Será que Sócrates está a tentar fazer concorrência a Groucho Marx, quando este, num genial exercício de humor circular, explicou que não podia ser sócio de de um clube que o aceitasse como sócio?
A actual organização político-administrativa do pai data do tmepo de Alexandre Herculano
Mata Cáceres, presidente da Câmara de Portalegre, declarou-se favorável à Regionalização: “Fala-se muito em Regionalização, mas quando é preciso abdicar da capacidade de decisão e autonomia em prol das regiões e das entidades que podem utilizar esses instrumentos, isso não acontece”..
“Prefiro que haja Regionalização, do que região nenhuma”, admite José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela.
“Pagámos um preço muito caro da falta de Regionalização”, concorda José Ernesto Oliveira, presidente da Câmara de Évora.
Num país que mais parece um bilhar que só descai para um buraco (Lisboa), os autarcas transmontanos e alentejanos, que há dez anos estavam contra a Regionalização, começam a torcer a orelha – mas ela já não deita sangue.
A organização político-administrativa do país desenhada por Alexandre Herculano já não serve ao Portugal do século XXI.
Muito refrescante a entrevista de Rui Moreira na edição de ontem do “Sol”.
Tantas vezes acusado de “excesso de disponibilidade” e de se colocar acima da instituição a que preside, Rui Moreira mostrou que o que verdadeiramente não lhe falta é frontalidade e sentido de serviço perante a sua região e o País.
Depois do “mea culpa” feito acerca da posição no último referendo de regionalização (hoje tal como eu, concorda que pior do que uma má regionalização, só mesmo não haver nenhuma), Rui Moreira faz severas críticas ao sistema político e à forma como não tem sabido integrar o Porto e o Norte num projecto e desígnio de um Portugal europeu.
No que se refere aos investimentos públicos Rui Moreira põe o dedo na ferida da crise, para justificar (e bem!) a insistência na alternativa “Portela mais um” e desmistificar a necessidade da ligação ferroviária Lisboa-Madrid por TGV.
Para não falar deste “novo-riquismo” de continuar a expandir a sumptuosa rede rodoviária que já hoje temos, num País onde existem cada vez mais pessoas no limiar da indigência.
Enfim, com coragem e racionalidade, Rui Moreira falou da “portofia”, essa doença de sobranceria e arrogância, que os construtores da capital cortesã têm perante o resto do País, a que chamam desdenhosamente de província. O ponto mais alto desse referencial provinciano é o Porto e os portuenses.Por isso só nos resta, como diz Rui Moreira, resistir - ser uma espécie de gauleses que se sentem obrigados a defender, com bravura, o seu terreiro e as suas tradições.
Parabéns ao Rui e recomendações a todos para a atenta leitura desta tão interessante entrevista.
Por último a referência à morte da mais velha Blogger do Mundo, Olive Riley, uma australiana com 108 anos de idade que granjeou o respeito e admiração de toda a blogosfera.
Aqui fica a nossa modesta homenagem, nós que como ela somos escrevinhadores voluntários de palavras e de ideias. Tal como Olive Riley - com rosto, com nome e a singela vontade de ajudar a reflectir.
Para os estimados bussolistas que ainda não tiveram ocasião de ver o post do Rogério Gomes que reproduz uma crónica publicada no jornal Público da semana finda , permito-me pedir que não deixem de o ler , porque a sua leitura e a meditação que induz é absolutamente obrigatória.
Obrigatória para quem ainda tenha dúvidas sobre a camisa de forças em que o Terreiro do Paço nos enfiou depois do Não ao tristemente célebre referendo da Regionalização e também imperdível para quem se está a dar ao incómodo de ler este meu post, já que ele é um prolongamento do que disse o Rogério. Com uma respeitosa vénia.
Esta sexta -feira , numa atitude de recato preparatória dos carnavais que se seguiam, fiquei em casa e decici ver o novo talk show do José Carlos Malato , que é a nova sala de visitas da RTP , orfã destas coisas desde a transferência do Herman para a SIC.
Depois de já ter participado numa das novas versões do Portugal no Coração após o seu desvio dos estúdios do Monte da Virgem para as novas instalações da RTP na zona da EXPO , tinha curiosidade em perceber porque é que este programa do Malato , que nasceu para a televisão em V N Gaia , tinha que ser tambám feito nos estúdios da capital.
Concluí o que já previa. Nenhuma surpresa. Quer o programa agora conduzido por João Baião e Tânia Ribas de Oliveira , quer esta Sexta Feira à Noite de Malato , só são feitos em Lisboa porque a RTP assim o deseja. Qualquer um deles poderia ser realizado no Monte da Virgem sem prejuízp algum.
Bem. Estou a exagerar. Como quer a um quer a outro a maior parte das pessoas que lá se querem levar são de Lisboa e arredores , com particular incidência no famoso eixo Lisboa Cascais , é mais barato ter os estúdios em Lisboa do que correr o risco de ter que pagar as deslocações ou outras mordomias a toda esta gente.
O poder da Comunicação não se resume à informação , hoje tão bem controlada como o Rogério já explicou em duas penadas. Também no entretenimento se disputa esse enorme poder que tudo decide e tudo condiciona e por isso também aí os nossos amigos da capital não facilitam : Assim como assim é melhor jogar em casa.
Mão amiga e indignada fez-me chegar à mão o recorte de um artigo publicado há um mês no Expresso em que Miguel Sousa Tavares gasta uma página nobre do primeiro caderno do prestigiado semanário a destilar ódio contra a Regionalização.
Antes de expressar o meu ponto de vista sobre esta matéria, devo clarificar o que penso sobre o Sousa Tavares.
Apenas me cruzei com ele uma vez, num Verão, durante uma noite de poker aberto, no Zavial.
No geral, aprecio a forma coloquial das suas prosas, que, apesar de excessivamente extensas, são de fácil consumo uma vez que ele escreve tal como estivesse connosco à mesa do café.
Quando eclodiu a polémica a propósito do lançamento do «Rio das Flores» entre os mais dois notórios e vaidosos fumadores da imprensa portuguesa (outro é o Vasco Pulido Valente) fui logo a correr ler o «Equador».
Gostei. Escrita escorreita, intriga bem urdida e desenvolvida – e um magnífico e inventivo desfecho. Merece a porrada de exemplares que vendeu.
Sempre que, por algum acaso, me dispus a ler as crónicas de MST, habituei-me a concordar sempre que ele opinava sobre matérias que eu desconhecia - e a achar ignorantes, pobres e mal amanhados os argumentos que ele alinha sobre assuntos em que eu me sinto bem informado.
A prosa anti-regionalização não é uma excepção a esta regra.
Ao declarar que não acha indispensável a realização de um referendo para a realização do referendo, Elisa Ferreira foi o gatilho desta crónica anti-regionalista.
Tavares vê nesta inocente e justa declaração de Elisa a ponta do iceberg da conspiração dos regionalistas que, na sombra, «congeminam um golpe de Estado anti-democrático».
Parece-me óbvio que MST está a ver perdizes nas pereiras, o que apenas seria desculpável se ele fumasse outro coisa que não tabaco produzido pela Philip Morris.
A Regionalização está prevista na Constituição da República.
Sócrates obteve a maioria absoluta apresentando ao eleitorado um programa onde constava a Regionalização.
Menezes venceu as directas do PSD usando a Regionalização como umas das suas mais queridas bandeiras.
Dito por outras palavras, a Regionalização pode ser referendada, se calhar deve ser referendada, mas não tem obrigatoriamente de ser referendada.
Pessoalmente acho que o referendo é um pretexto de líderes fracos e inseguros para não assumirem decisões polémicas, escondendo-se atrás do voto popular.
Ora a essência da democracia representativa consiste em eleger pessoas, com base em programas e promessas, para governarem o país (ou uma região, ou uma autarquia) durante um determinado de período pré-estabelecido, e que serão julgadas no final do mandato pelo voto popular.
O recurso ao referendo, que consiste em transferir para as mãos do eleitorado a decisão (e o ónus dessa decisão…), apenas deve ser usado em circunstâncias excepcionais e com matérias que não tenham sido previamente debatidas na campanha eleitoral.
Sócrates passou a campanha eleitoral a repetir que as Scuts iriam manter-se sem custos para os utilizadores e que não iria subir os impostos.
Chegada a hora da verdade, nem sequer lhe passou pela cabeça fazer referendos antes de voltar atrás com a palavra ao aumentar o IVA e introduzir portagens nas Scuts.
Decisões nucleares como a independência das nossas colónias africanas, a adesão à CEE e a substituição do escudo pelo euro foram tomadas por Governos democráticos sem nunca ter passado pela cabeça de ninguém submetê-las a um referendo.
Por todas estas razões, acho vergonhoso, desonesto e delirante falar numa «conspiração dos regionalistas» e etiquetar como «golpe de Estado anti-democrático» a hipótese legítima de fazer a Regionalização sem referendo.
Mais acrescento que os maluquinhos dos referendos deveriam ocupar o seu tempo a promover consultas populares sobre temas mais divertidos. Aqui ficam três sugestões
Qual é a melhor solução para o novo aeroporto de Lisboa? Ota, Alcochete ou Portela+1? (fazer uma cruzinha no quadrado correspondente)
Deve ser autorizada a entrada nos restaurantes e casas de pasto a jovens com menos de 16 anos?
Deve o Governo português contribuir financeiramente para a campanha internacional liderada por Paris Hilton de defesa dos elefantes indianos viciados em cerveja de arroz?
Versão integral da entrevista publicada pelo jornal gratuito Destak na sua edição de ontem, mas que só hoje me chegou às mãos.
1- O que podemos esperar do blog Bússola - Sempre virada a Norte?
Polémica. Defesa dos interesses do Porto e do Norte. Polémica. Defesa intransigente da Regionalização. Polémica .Opiniões de gente muito diferente mas convergente no amor pela região. Mais polémica.
2 - A bússola deveria mesmo estar sempre virada a Norte.
A bússola não tem outro remédio por culpa de forças magnéticas que não controla. O nosso blog Bússola aponta um caminho que voluntariamente escolhemos para nos fazer a todos mais felizes.
3- E o Sul, que lugar vai ocupar no blog?
O Norte é uma região ,mas mais do que isso é a nossa região .Queremos que ela melhore , mas nada temos contra o Sul , que não é uma região , mas várias .Se estivermos a falar do Alentejo ou do Algarve é uma coisa , se estivermos a falar de Lisboa a conversa muda de figura e não somos nós que o dizemos. São as estatísticas da União Europeia que esclarecem tudo sobre a diferença de nível de vida entre a região da capital e o resto do país.
4- Espera dar voz aos portuenses, mesmo que sejam “do contra”?
O blog tem essa enorme virtualidade de dar voz a todos que a tenham ou queiram ter .Ainda que em posição desigual,porque os bussolistas que postam dão a cara e os que comentam regra geral escondem-se no anonimato. Mas já estamos habituados. A mão que nos boicota na capital também não tem rosto.
5- Existe lugar para opiniões centralistas?
A blogosfera é um espaço de liberdade e quem quiser pode criar um blog sulista , elitista e centralista. O que acontece é que quem defende essas teses normalmente não tem coragem para se mostrar. Prefere atacar pela calada , como têm feito nos comentários aos posts do Bússola.
6- O Porto está sem alma?
Claro que não ! Tudo vale a pena exactamente porque essa alma existe e não é pequena !
7- O Porto está a perder população. Como se pode inverter esta tendência?
A cidade está a perder residentes mas o Grande Porto já não tanto. Vivemos numa economia de mercado e é evidente que quando forem criadas condições favoráveis à aquisição de casa na cidade essa tendência será invertida.
8- A Invicta tem carência de espaços verdes?
É normal que quem vive numa cidade queira sempre mais espaços verdes , mas é justo que se diga que o Porto nem está mal servido nesse aspecto.
9- Qual o local mais bonito da cidade?
Gosto da Foz do Douro mas reconheço que a vista mais bonita do Porto é de Gaia.
10- Trocar os v’s pelos b’s é uma tendência ou uma necessidade?
O sotaque portuense nunca foi para mim questão de embaraço , mas sim de afirmação . Ainda que na capital confundam a maneira de falar de Braga ou de Viana com o sotaque do Porto porque para muitos deles,quem não fala com o sotaque de Lisboa,fala à Porto.
11- O que falta à cidade?
Neste momento o que faz mais falta é que a respeitem,pelo que ela sempre deu ao país e há-de continuar a dar. Mas percebo que às vezes também há gente de cá que não se dá ao respeito….
12- A evolução da Invicta ao longo dos anos tem sido positiva?
É impossível fazer um balanço nesses termos porque no Porto como em todas as cidades existem situações que melhoraram , como os transportes públicos e as zonas verdes, e outras que pioraram , como a desertificação da Baixa e a afirmação extramuros.
13- Qual é a maior qualidade dos portuenses?
Entre a capacidade de trabalho e a frontalidade , das duas, uma.